Na Terra-Negra, a grande “Mãe Universal” clama forças ancestrais que geram e nutrem o mundo. O ventre africano dá à luz a humanidade. Rainhas negras consolidaram a cultura e a arte, e lideraram exércitos. Surgem guerreiras na luta contra o imperialismo europeu, heroínas quilombolas e nossas laboriosas “mães pretas”.
Confira o Samba-Enredo do Salgueiro
“Senhoras do Ventre do Mundo”
Autores: Xande de Pilares / Demá Chagas / Dudu Botelho / Renato Galante / Jassa / Leonardo Gallo / Betinho de Pilares / Vanderlei Sena / Ralfe Ribeiro / W. Corrêa
Intérpretes: Leonardo Bessa, Hudson Luiz e Tuninho Júnior
Senhoras do ventre do mundo inteiro
A luz no caminho do meu Salgueiro
A me guiar…vermelha inspiração
Faz misturar ao branco nesse chão
Na força do seu ritual sagrado
Riqueza ancestral
Deusa raiz africana
Bendita ela é… e traz no axé um canto de amor
Magia pra quem tem fé
Na gira que me criou
É mãe, é mulher, a mão guardiã
Calor que afaga, poder que assola
No Vale do Nilo, a luz da manhã
A filha de Zambi nas terras de Angola
Guerreira, feiticeira, general contra o invasor
A dona dos saberes confirmando seu valor
Ecoou no Quariterê
O sangue é malê em São Salvador
Oh, matriarca desse cafundó
A preta que me faz um cafuné
Ama de leite do senhor
A tia que me ensinou a comer doce na colher
A bênção, mãe baiana rezadeira
Em minha vida seu legado de amor (ô, ô)
Liberdade é resistência
E à luz da consciência
A alma não tem cor
Firma o tambor pra rainha do terreiro
É negritude… Salgueiro
Herança que vem de lá (ô)
Na ginga que faz esse povo sambar