O melhor do cinema italiano contemporâneo será apresentado aos brasileiros em quatro longametragens, recentemente exibidos na 72ª Mostra Internacional de Arte Cinematográfica de Veneza. A XI Mostra Venezia Cinema inclui ainda o clássico “La lupa”, de Alberto Lattuada (1953), restaurado em formato digital pela Cineteca Nazionale di Roma. As outras obras são “Per amor vostro” de Giuseppe Gaudino, “Italian Gangsters” de Renato De Maria, “Pecore in erba” de Alberto Caviglia e “Non essere cattivo” de Claudio Caligari.

O evento acontece no Rio de Janeiro entre os dias 21 e 25 de novembro, no Espaço Itaú de Cinema, e tem entrada gratuita – uma grande oportunidade para os cinéfilos da cidade terem contato com a sétima arte italiana. “A Mostra tem a importante incumbência de manter viva a memória do cinema italiano no Brasil, além de promover novas produções”, afirma o Embaixador da Itália no Brasil, Raffaele Trombetta.

O evento acontecerá também em São Paulo (de 16/11 a 20/11), Curitiba (de 26/11 a 30/11) e Brasília (de 01/12 a 05/12) nas salas do Espaço Itaú de Cinema.

XI Mostra Venezia Cinema

Datas: de 21 a 25 de novembro
Horário: às 19h
Local: Espaço Itaú de Cinema – Praia de Botafogo, 316 – Botafogo – Rio de Janeiro
Entrada: gratuita

AGENDA E SINOPSES

21/11 – NON ESSERE CATTIVO – de Claudio Caligari, Itália, 2015, DCP, cor, 100′
Elenco: Luca Marinelli, Alessandro Borghi, Silvia D’Amico, Roberta Mattei.

1995, Ostia. Vittorio e Cesare têm pouco mais de 20 anos e, além de serem amigos desde sempre, levam a mesma vida. Uma vida de excessos: noites nas baladas, carros potentes, álcool, drogas sintéticas e tráfico de cocaína. Vivem em simbiose, mas têm almas diferentes. Estão ambos em busca de afirmação; para eles, a iniciação à vida tem um preço alto. Vittorio, com o tempo, começa a desejar uma vida diferente: encontra Linda e, para se salvar, afasta-se de Cesare que afunda cada vez mais. Eles se reencontram algum tempo mais tarde e Vittorio tenta envolver o amigo no trabalho. Cesare aceita, começa a namorar Viviana e sonha construir uma família com ela. Novamente, porém, o apelo das ruas será mais forte do que seus propósitos. Apesar das contínuas recaídas do amigo, Vittorio nunca abandonará realmente Cesare, em razão da fortíssima ligação que os une e na esperança de poder encarar o futuro com um novo olhar. Juntos.

22/11 – ITALIAN GANGSTERS – de Renato De Maria, Itália, 2015, DCP, cor, 87′
Elenco: Francesco Sferrazza Papa, Sergio Romano, Aldo Ottobrino, Paolo Mazzatelli, Andrea Di Casa, Luca Micheletti.

Uma viagem inédita e espetacular pelas façanhas mais surpreendentes da criminalidade italiana. Trinta anos de histórias violentas que o jornalismo e o cinema tornaram célebres. Um desfile de rostos, depoimentos e imagens de tempos passados. Um panorama completo sobre os maiores expoentes do crime italiano que é também a narrativa tumultuada das transformações sociais que atravessaram a história da Itália.

23/11 – PECORE IN ERBA – de Alberto Caviglia, Itália, 2015, DCP, cor, 86′
Elenco: Davide Giordano, Anna Ferruzzo, Omero Antonutti, Bianca Nappi, Mimosa Campironi, Lorenza Indovina.

Julho de 2006, Roma. Leonardo Zuliani desapareceu. A clamorosa notícia torna-se emergência nacional e um enorme grupo de seguidores se aglomera diante da casa do jovem ativista em Trastevere. A mãe está desesperada, o bairro paralisado. Todos os canais de televisão falam do rapaz, todas as autoridades exprimem solidariedade à família. Muitos preferem nem acreditar, na esperança, talvez, de que seja mais uma de suas manobras. Gênio da comunicação, cartunista de sucesso, estilista visionário, escritor famoso, ativista dos direitos civis: mas quem é realmente Leonardo? Através de depoimentos de protagonistas reais do mundo da cultura e do espetáculo, o filme percorre sua vida, lançando finalmente luz sobre um personagem-chave do nosso tempo.

24/11 – PER AMOR VOSTRO – de Giuseppe Gaudino, Itália – França, 2015, DCP, cor e branco/preto, 109′
Elenco: Valeria Golino, Massimiliano Gallo, Adriano Giannini.

Anna foi uma criança decidida e corajosa. Hoje é uma mulher apagada que há vinte anos deixou de perceber o que acontece em sua família, preferindo não assumir posições, suspensa entre o Bem e o Mal. Pelo amor dos três filhos e da família deixou que sua vida se apagasse lentamente. Convenceu-se de que é uma “nulidade”. Sua existência é tão cinzenta que não enxerga mais as cores, embora no trabalho – ela é “ponto” num canal de televisão – seja admirada e amada. Anna tem o dom natural de ajudar os outros, mas não o usa a seu favor. Nunca encontra as palavras nem a oportunidade de ajudar a si mesma. Quando, finalmente, depois de anos de trabalho precário, consegue obter um trabalho estável, começa a se liberar desse estado. Decide até separar-se do marido. A partir desse dia, passa a enfrentar os medos adormecidos ao longo dos anos, como o de sair na sacada de casa, diante do mar da sua cidade, Nápoles… Porque sabe que o mar é, para ela, um oráculo. O mar, único elemento ainda não contaminado pelo seu olhar cinzento.

25/11 – LA LUPA – de Alberto Lattuada, Itália, 1953, DCP, branco/preto, 93′
Elenco: Kerima, Ettore Manni, May Britt, Giovanna Ralli, Anna Arena, Ignazio Balsamo, Paolo Ferrara.

Em uma cidadezinha da Basilicata, vive uma mulher de aproximadamente quarenta anos, ainda atraente, que em razão de seu comportamento imoral, é chamada de “a loba”. Os homens a olham com desejo, e ela consegue, por meio da sedução, que sua filha Maricchia, uma boa e modesta moça, seja escolhida para representar Santa Ágata, a padroeira da cidadezinha, na procissão anual. O soldado Nanni Lasca, proveniente de um quartel da vizinhança, comparece à festa. Vê “a loba”, fica fascinado por ela e se torna seu amante. Mais tarde, Nanni conhece Maricchia que desperta ternura em seu coração. Quando descobre que a moça é filha de sua amante, decide deixar a amante e pede Maricchia em casamento. A moça, que nutre muitas suspeitas sobre a relação entre a mãe e Nanni, hesita. Mas a mãe incentiva-a a aceitar, na esperança de reconquistar o amante. A história é inspirada na novela homônima do escritor siciliano Giovanni Verga (1840 – 1922).