O ator Jesse Eisenberg, indicado ao Oscar por interpretar Mark Zuckerberg no filme “A Rede Social” (The Social Network) (2010), declarou recentemente que não deseja ser associado ao fundador do Facebook e CEO da Meta. Em entrevista à BBC Radio 4, ele afirmou que evita acompanhar as ações do empresário e manifestou preocupação com algumas decisões tomadas pela empresa.
“Não é como se eu tivesse interpretado um grande jogador de golfe e agora as pessoas achassem que eu sou um grande jogador de golfe”, disse Eisenberg. “É um cara que está fazendo coisas problemáticas – retirando a verificação de fatos e preocupações com segurança, tornando pessoas já ameaçadas ainda mais ameaçadas.”
Mudanças na Meta e suas consequências
A declaração de Eisenberg surge em meio a mudanças na forma como a Meta gerencia a desinformação em suas plataformas. No dia 7 de janeiro, Zuckerberg anunciou que o Facebook e o Instagram deixariam de usar sistemas tradicionais de checagem de fatos. Em vez disso, a empresa passaria a adotar um modelo de “notas da comunidade”, semelhante ao utilizado pelo X, plataforma de Elon Musk.
Zuckerberg justificou a mudança alegando que os antigos métodos de verificação resultavam em “muitos erros e muita censura”, além de serem “politicamente tendenciosos”. A decisão gerou preocupação entre especialistas em desinformação, que alertam para o risco de aumento na propagação de notícias falsas.
Relação de Zuckerberg com a política
Além das mudanças na plataforma, Zuckerberg também se envolveu diretamente com o cenário político. Após a vitória de Donald Trump na eleição presidencial de 2024, o fundador da Meta se encontrou com o ex-presidente em Mar-a-Lago. A empresa também doou US$ 1 milhão para o fundo inaugural de Trump, acompanhando outras grandes companhias de tecnologia.
Eisenberg comentou sobre o impacto da influência de bilionários na política. “Sou apenas uma pessoa que lê um jornal. Não penso: ‘Ah, interpretei esse cara no filme e, portanto…’. Apenas leio essas coisas e vejo pessoas com bilhões de dólares, mais dinheiro do que qualquer ser humano já acumulou. E o que eles fazem com isso? Usam para obter favores de alguém que prega discursos de ódio.”
Posicionamento de Eisenberg sobre o tema
O ator enfatizou que sua opinião não se deve ao fato de ter interpretado Zuckerberg no cinema. “Não digo isso como alguém que o interpretou em um filme, mas como alguém que é casado com uma mulher que ensina justiça para pessoas com deficiência em Nova York e que vive para seus alunos, que terão um ano um pouco mais difícil.”
A Meta não respondeu imediatamente aos questionamentos da imprensa sobre as declarações do ator ou sobre as críticas recentes a suas políticas de moderação de conteúdo.
Novos projetos de Jesse Eisenberg
Atualmente, Eisenberg concorre ao Oscar de Melhor Roteiro Original por seu novo filme “A Real Pain”. O longa acompanha dois primos que viajam para a Polônia para homenagear sua falecida avó. Além de roteirista e diretor, Eisenberg também atua no filme ao lado de Kieran Culkin, que recebeu indicação na categoria de Melhor Ator Coadjuvante.