Longa capixaba ‘Presença’ estreia nos cinemas em 1º de agosto

Filme aborda artistas afro-brasileiros e temas universais

O longa-metragem “Presença”, dirigido e roteirizado por Erly Vieira Jr., será lançado nos cinemas em 1º de agosto. O documentário foi selecionado para a mostra competitiva do Festival Internacional do Rio LGBTQIA+ e abrirá a competição oficial do Festival de Cinema de Vitória.

“Presença” é um documentário que destaca três artistas afro-brasileiros: Marcus Vinícius, Castiel Vitorino Brasileiro e Rubiane Maia. Eles utilizam seus corpos como meio e objeto de sua arte, abordando temas como a relação com a paisagem, a conexão com a natureza, a fragilidade da experiência humana, a solidão existencial, a espiritualidade e a racialidade.

"Presença" de Erly Vieira Jr. abre Festival de Cinema de Vitória (Foto: Yury Aires)
“Presença” de Erly Vieira Jr. abre Festival de Cinema de Vitória (Foto: Yury Aires)

O diretor Erly Vieira Jr. descreve o filme como uma obra sobre artistas que veem a performance como uma forma de insubordinação diante dos papéis sociais predeterminados. “Esses corpos são desobedientes, excessivos, transbordantes, muitas vezes levados a seus limites, e constantemente reinventados através de gestos, ritmos, movimentos, conectando-se a nós, espectadores, de formas bastante surpreendentes”, afirma Vieira Jr.

Produzido pela Ladart Filmes e distribuído pela Livres Filmes, o documentário mescla imagens de arquivo de trabalhos e intervenções dos artistas com performances inéditas, criadas especialmente para o filme. Erly Vieira Jr., que tem uma carreira consolidada em curtas-metragens e atua como curador e teórico audiovisual, estreia na direção de um longa-metragem com “Presença”.

“Presença” estreia e compete em festivais de cinema em agosto (Foto: Úrsula Dart)

O filme também aborda a conexão dos artistas com questões atuais e urgentes. Castiel Vitorino Brasileiro, por exemplo, é apresentada como triplamente curandeira: psicóloga, artista e macumbeira. “Escolhi ser peixe antes de ser humana”, afirma Castiel, destacando sua travestilidade e a conexão espiritual com a natureza.

Rubiane Maia reflete sobre sua experiência de confrontar o racismo na Europa e sua busca por novas formas de conexão, enquanto Marcus Vinícius transforma a dor em leveza através de suas performances arriscadas.

Erly Vieira Jr. convida o público a experienciar a proposta criativa dos artistas e a refletir sobre questões existenciais, citando Marcus Vinícius: “não só vemos os mundos com os olhos, mas também com os sonhos”.

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