'O Rei Leão' cria polêmica de marca para Disney

Milhares de fãs esperam ansiosos o lançamento da nova versão de “O Rei Leão”, da Disney, que deve estrear em julho de 2019, com Donald Glover dublando Simba, a cantora Beyoncé no papel de Nala e um duo de suricatos cantando o já clássico “Hakuna Matata”.

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Em suaíli (língua falada por habitantes da África Oriental, sobretudo na Tanzânia), hakuna matata significa “sempre ocupações”. A letra da música, que se tornou um dos maiores sucessos da Disney, é direta: “Os seus problemas, você deve esquecer”.

Mas, para a Disney, o lema pode se tornar um problema difícil de contornar. Pelo menos cem mil pessoas já assinaram petição on-line para exigir que a empresa abra mão dos direitos de marca registrada pela frase. O registro ocorreu quando a primeira versão do filme foi lançada, em 1994. Masa polêmica só surgiu agora, com ativistas africanos reclamando de apropriação cultural pela gigante americana.

“O termo hakuna matata não é uma criação da Disney, então não há uma violação de propriedade intelectual ou criativa, mas um ataque ao povo suaíli e à África como um todo”, afirma apetição.

Hakuna matata é uma expressão comum em suaíli e se tornou popular no Ocidente após o primeiro “O Rei Leão”. Segundo especialistas, a polêmica se acirrou devido a uma confusão entre o que é direito de propriedade intelectual e o que o registro de marca, de fato, garante ao detentor.

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“Insulto à África”

A marca registrada não significa que a empresa seja dona da frase ou que pode proibir que alguém a use. A Disney registrou a marca para roupas e calçados nos EUA, como forma de se proteger de rivais que pudessem explorar o lema embarcando no sucesso do filme.

“O registro da Disney para hakuna matata, que foi feito em 1994, nunca impediu nem impedirá que indivíduos usem a frase”, disse a assessoria de imprensa da companhia. “Na verdade, por muitos anos, marcas registradas foram feitas com frases e palavras populares como “Yahoo!”, “Vaya con Dios” (Vá com Deus), “Merry Christmas” e “Seasons Greetings” (Boas Festas, em tradução livre) sem impedir o uso destas frases e palavras em qualquer manifestação cultural”, acrescentou a empresa.

Mas a petição, criada pelo ativista Shelton Mpala, do Zimbábue, critica o registro de forma mais ampla. “A decisão de registrar hakuna matata é baseada puramente na ganância, e é um insulto não apenas ao espírito do povo suaíli, mas também à África como um todo”, diz o texto de Mpala.

*As informações são do The New York Times, de Londres