Abrindo o segundo dia de desfiles da Série A no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro, a Acadêmicos da Rocinha homenageou o carnavalesco Viriato Ferreira, campeão do carnaval com a Portela em 1980. Com o enredo “No saçarico da Marquês, tem mais um freguês”, a escola da Zona Sul também lembrou de antigos carnavais, fazendo diversas referências a desfiles históricos do carnavalesco que faleceu em 1992.
Celebrando os 100 anos do samba, a Acadêmicos do Cubango homenageou o sambista João Nogueira. No enredo “Versando Nogueira nos cem anos do ritmo que é nó na madeira”, a escola de Niterói levou para a Avenida diversos elementos da vida do sambista, como o Clube do Samba, as raízes negras de suas músicas, a parceria com Clara Nunes e o amor pela Portela.
A vilania foi o tema principal da Inocentes de Belford Roxo, a terceira a se apresentar no segundo dia de desfiles. A escola do Parque São Vicente lembrou de famosos vilões da ficção. Os destaques ficaram por conta do carro abre-alas, que teve Magneto, de “X-Men”, e os Minions, ajudantes do “Meu Malvado Favorito”. O carnavalesco da Portela, Paulo Barros, desfilou vestido de “Máskara”, eternizado pelo ator Jim Carrey.
A tradicional Império Serrano levou o Pantanal para a Avenida. Exaltando a brasilidade da obra do poeta Manoel de Barros e o Mato Grosso do Sul. A escola de Madureira exaltou a fauna e a flora pantaneiras em seu desfile. Apesar de alguns problemas de evolução, a escola terminou a apresentação dentro do tempo permitido.
Exaltando o poder das ervas medicinais, da natureza e dos orixás, a Unidos de Padre Miguel levou para a Avenida o enredo “Ossain: o poder da cura”. A escola da Zona Oeste exaltou a cultura e as religiões afro-brasileiras. O destaque negativo ficou por conta da primeira porta-bandeira, Jéssica Ferreira, que torceu o tornozelo e teve que deixar o desfile. O acidente gerou comoção nas arquibancadas, onde o público demonstrava apoio a todo momento.
Homenageando dois ícones da cultura negra do Brasil, a escritora Carolina Maria de Jesus e o marinheiro João Cândido, a Renascer de Jacarepaguá foi a sexta escola do segundo dia de desfiles a entrar na Avenida. A escola da Zona Oeste criou uma espécie de diálogo entre a escritora e o Almirante Negro, líder da Revolta da Chibata.
Fechando o último dia de desfiles da Série A, a Unidos do Porto da Pedra levou para a Marquês de Sapucaí um tema bastante adequado: marchinhas de carnaval. Com o enredo “Ó, abre-alas que as marchinhas vão passar! Porto da Pedra é quem vai ganhar… seu coração”, a escola de São Gonçalo homenageou os bloquinhos de carnaval e grandes ícones da folia, como o pierrô, a colombina e o arlequim. Compositor de diversas marchinhas, Lamartine Babo não ficou de fora. Apesar de alguns problemas com carros-alegóricos, a escola fechou o desfile dentro do tempo limite, encerrando os desfiles da Série A em 2017.