Converse lança zine dedicado às mulheres

Liniker, MC Soffia, Alexandra Gurgel, Mariana Aydar e Luna Bastos encabeçam a segunda edição da publicação e trazem novos significados para a definição de 'Mulher' e 'Garota' nos dicionários

Verbetes Femininos (Reprodução/Instagram)

A Converse – marca presente na moda e no street style mundial – lançou a segunda edição da zine “Sola” produzida apenas por mulheres e com depoimentos e novas definições dos termos femininos por Liniker, Mariana Aydar, MC Soffia, da Youtuber e empresária Alexandra Gurgel (@alexandrismos) e da grafiteira e tatuadora Luna Bastos, responsável também pelas ilustrações. O projeto conta com textos da jornalista Julia Alves e da zineira Bianca Muto.

O lançamento acontece nas lojas Void dia 19 de março, terça-feira (Largo da Batata, em São Paulo, a partir das 20h) com a presença da Britneys Crew, coletivo de skate formado por garotas, e dia 24 de março, domingo (Madureira, Rio de Janeiro, a partir das 18h ), com roda de conversa com a cineasta Yasmin Thayná, diretora do premiado filme “Kbela”, que fala sobre ser mulher e descobrir-se negra. A entrada é gratuita.

Nos dicionários atuais, a palavra “mulher” ainda é definida de uma maneira antiga e completamente equivocada, com termos como esposa, meretriz, rabo de saia. Essa definição arcaica foi o fio condutor para que as cinco personagens da zine compartilhassem seus novos significados de “mulher” e “garota”, além de relatarem casos de machismos vivenciados ao longo de suas vidas e carreiras ou vistos na sociedade. Liniker, mulher trans e negra, acredita que os papéis femininos ainda são pautados por muitos clichês. “De gerações em gerações, a gente continua tendo que bloquear e banir nosso corpo de liberdade por causa do olhar do outro”, afirma.

Alexandra Gurgel criou o canal Alexandrismos após anos de complexo em relação ao seu corpo. Com mais de 400 mil inscritos, ela faz vídeos com mensagens positivas sobre aceitação, afeto e autocuidado. Para ela, “Existe uma pressão para que a mulher seja perfeita em todas as áreas da vida”. Esse mesmo sentimento de exigência é compartilhado pela cantora, forrozeira e mãe Mariana Aydar ao afirmar que “Temos raízes e asas para sermos o que quisermos”.

Usar a arte como forma de expressão, luta e resistência é o mantra de Luna Bastos, negra, nordestina, grafiteira, ilustradora e tatuadora. “Existir como mulher negra é resistir”, define. A questão racial, assim como o empoderamento e a igualdade de gênero também fazem parte dos questionamentos da jovem MC Soffia. Apesar da pouca idade, ela encarou o machismo ao decidir fazer aulas de futebol, mesmo sendo a única menina da turma. “Cada mulher é de um jeito e pode ser tudo o que ela quiser”, afirma.

A zine trará um espaço destacável para que todas as pessoas possam incluir suas próprias definições relacionadas aos termos femininos, e que poderão ser depositadas em urnas localizadas nas lojas Void do Arpoador, Madureira e Barra da Tijuca no Rio de Janeiro, assim como Largo da Batata e Centro localizadas em São Paulo.

Todo o material coletado será utilizado em uma vivência que contará com Cris Lisboa como moderadora, e que de forma colaborativa dará origem a novos significados para estes termos.

Verbetes Femininos

Com o objetivo de ampliar essas novas definições foi criada a Verbetes Femininos, uma plataforma criada no início do mês para suportar o movimento através de conteúdo gerado por apoiadoras e que também divulgará eventos relacionados ao tema.

O movimento #RedefinaGarota #RedefinaMulher tem como objetivo atingir lexicógrafos do mundo inteiro, que são especialistas que escrevem as definições e os componentes do nosso vocabulário. Eles determinam o que é escrito nos dicionários baseado no que dizemos. E por fim, através de uma petição online provocar essa mudança.

Para esta ação, a marca se conectou com mais de 100 mulheres, de diversas áreas e regiões do Brasil, para que façam parte desse movimento de mudança.

“Love The Progress”

A zine integra a campanha global “Toda História É Verdade”, que convida mulheres e garotas para contar histórias incríveis de superação, reflexão e empoderamento, com o objetivo de definir o gênero em suas próprias palavras e inspirar outras ao longo do caminho.