O monólogo teatral “O Céu da Língua”, de Gregório Duvivier, estreia no Brasil após uma temporada de sucesso em Portugal. A montagem, que mistura poesia e comédia, será apresentada no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, de 6 a 24 de fevereiro de 2025. A direção é assinada por Luciana Paes, conhecida por sua atuação no Porta dos Fundos e em projetos de improvisação teatral.
A peça marca o retorno de Duvivier aos palcos com um texto inédito após cinco anos. “O Céu da Língua” é descrito como uma “ode à língua portuguesa e ao poder da palavra”. O monólogo explora o impacto da poesia no cotidiano de forma acessível e bem-humorada. Para Gregório, a língua é um elemento que une pessoas e merece mais atenção. “Escrevi uma peça que pode ajudar alguém a enxergar melhor o que os poetas querem dizer e, pra isso, a gente precisa trocar os óculos de leitura”, afirmou o ator.
A montagem utiliza recursos minimalistas. No palco, o instrumentista Pedro Aune cria a trilha sonora ao vivo com seu contrabaixo, enquanto Theodora Duvivier, irmã de Gregório, manipula projeções visuais. A direção de Luciana Paes também é uma novidade. Apesar de já ter colaborado com Duvivier em outros projetos, é a primeira vez que ela assume a direção teatral. “Acredito que o Gregório tem ideias para jogar no mundo e, com essa crença, a coisa me move independentemente de qualquer rótulo”, destacou a diretora.
O Papel da Poesia na Sociedade
A proposta de “O Céu da Língua” é mostrar como a poesia está presente em situações cotidianas. Gregório explora exemplos práticos, como expressões populares e palavras que despertam sensações variadas. Ele também comenta a evolução do vocabulário, destacando termos que voltaram à moda ou ganharam novos significados, como “irado” e “sinistro”. O ator aborda até mesmo as palavras que geram desconforto, como “afta” e “íngua”.
A montagem também celebra grandes nomes da música e literatura brasileira. Canções como “Chão de Estrelas” e “Livros” são referenciadas para destacar a importância da poesia na cultura popular. Para Gregório, a música desempenhou um papel crucial ao levar a poesia para grandes públicos. “Foi a nossa música popular quem conseguiu realizar o sonho oswaldiano de levar poesia para as massas”, afirmou.
Repercussão em Portugal
A estreia de “O Céu da Língua” em Portugal ocorreu em novembro de 2024 e recebeu elogios da crítica local. O jornal O Observador destacou a comédia e a profundidade do texto. “Uma ode à língua portuguesa e ao poder da palavra”, escreveu Suzana Verde. Já Miguel Esteves Cardoso, do jornal O Público, chamou Gregório de “um artista completo, no sentido mais renascentista do termo”.
O sucesso em Portugal foi impulsionado pela temática universal do espetáculo. Além de celebrar a língua portuguesa, a peça aborda questões como identidade e conexão humana. Para o público brasileiro, o monólogo promete reforçar esses laços através de um olhar leve e reflexivo.
A Montagem Minimalista
Diferente de “Sísifo”, seu solo anterior, “O Céu da Língua” não utiliza cenários elaborados. A cena é dominada pela presença de Duvivier e pelos elementos sonoros e visuais criados ao vivo. A iluminação de Ana Luzia de Simoni e o figurino assinado por Elisa Faulhaber e Brunella Provvidente complementam a simplicidade da produção.
Luciana Paes define o monólogo como “uma esquina entre o poema e a piada”. Segundo ela, o formato intimista permite que o público se conecte diretamente com o ator. “O Gregório comediante está no palco ao lado do Gregório intelectual com seu fluxo de pensamento ininterrupto”, explicou a diretora.
“O Céu da Língua”
- Temporada: 6 a 24 de fevereiro de 2025
- Texto e interpretação: Gregório Duvivier
- Direção: Luciana Paes
- Local: Teatro Carlos Gomes, Praça Tiradentes – Centro, Rio de Janeiro
- Ingressos: Disponíveis na bilheteria e em plataformas online