Miguel Falabella fala sobre musical 'Memórias de Um Gigolô': 'Fico muito mais nervoso quando dirijo do que quando atuo'

O musical "Memórias de um gigolô" estreia 10 de julho no Teatro Procópio Ferreira, em São Paulo

O musical “Memórias de Um Gigolô” entra em cartaz na capital paulista no próximo dia 10 de julho no Teatro Procópio Ferreira e com patrocínio do Banco Volkswagen. Pela primeira vez no teatro, a peça, do livro homônimo de Marcos Rey, foi adaptada ao cinema em 1970, e exibida como série pela TV Globo em 1986.

“É um espetáculo emocionante, muito bem produzido, com bastante rigor na recriação da época e extrema liberdade na encenação. Espero que o público saia com aquele gostinho de quero mais”, afirma Miguel Falabella.

Mesmo com a rotina atribulada por conta dos últimos preparativos para a estreia, o artista reservou a concorrida agenda para conversar com o Banco Volkswagen sobre o espetáculo.

Leonardo Miggiorin, Mariana Rios e Marcelo Serrado em “Memórias de um Gigolô” (Foto: Divulgação)

Como surgiu a ideia de fazer essa adaptação para o teatro?
Falabella: Sempre fui um admirador da prosa de Marcos Rey. Sempre gostei do estilo suave e da fluência de sua narrativa. O autor nos oferece, no romance em questão, uma pintura muito clara e preciosa da São Paulo dos anos 1930 e avança, seguindo com os protagonistas, pelas décadas seguintes. Quando pensei em trilhar o gênero da comédia musical como autor, imediatamente o título me veio à mente, já que os diálogos são leves, extremamente bem escritos e engraçados.

Qual é o seu principal desafio na direção dessa peça?
Falabella: Sem dúvida alguma, conceber a adaptação foi o mais complicado, já que seria impossível condensar uma obra de tal porte em uma hora e quarenta e cinco minutos de espetáculo. As canções entram como coadjuvantes no avanço da ação da peça, e foram elas o maior desafio.

Como diretor da peça, você fica nervoso antes da estreia? Ou apenas quando atuava como ator?
Falabella: Eu fico muito mais nervoso dirigindo do que atuando. Quando se está no palco, ao lado dos outros colegas, tem-se a falsa impressão de que podemos controlar qualquer possível desastre, mas quando se está na plateia, já não há nada o que fazer. Por isso, sou rigoroso durante os ensaios.

Como você vê o teatro no Brasil?
Falabella: O teatro, como se sabe, é o espelho de uma civilização e tem-se mantido vivo, porque nada se compara à grandeza das pequenas efemeridades que ele nos proporciona. Cada espetáculo é uma obra de arte única, que não se repetirá. No Brasil, lutamos com dificuldade, mas creio que nas grandes crises é que a criatividade surge para apontar novos caminhos.

Qual é a importância dos patrocínios, como o do Banco Volkswagen?
Falabella: O patrocínio é fundamental, já que é provado que um grande espetáculo não consegue sobreviver apenas da bilheteria. Por outro lado, uma grande cidade que não ofereça um vasto leque de escolhas na área cultural perde seu cosmopolitismo e, consequentemente, sua importância. Manter o teatro vivo é importante para a autoestima e crescimento de qualquer grande centro. Alguém poderia imaginar Nova Iorque sem a Broadway?

Na sua opinião, como a iniciativa privada poderia contribuir mais com a cultura no país?
Falabella: Muitas vezes há verba e não há projetos que consigam atrair investidores. Mas acredito que sempre vai haver aquele homem de visão que entende que o retorno da arte é múltiplo e seguro. Acredito que não podemos recuar na luta pela manutenção das leis de incentivo, ou vamos naufragar e, quando morre o teatro, morre uma parte da civilização.

O que você diria para convidar o público para a peça?
Falabella: Memórias de Um Gigolô é um musical adorável, com músicas encantadoras e uma homenagem à cidade de São Paulo. Como diz a canção de abertura, o público verá “… essa São Paulo antiga, como um postal que se perdeu…” Minha vontade é oferecer ao público uma noite feliz no teatro e render justas homenagens a Marcos Rey, um escritor de massa da maior importância no cenário brasileiro.

“Memórias de um Gigolô” no Teatro Procópio Ferreira

Estreia: 10 de julho
Horário: quinta às 21h, sexta às 21h30, sábado às 18h e 21h30 e domingo às 18h
Local: Teatro Procópio Ferreira – Rua Augusta, 2823 – Cerqueira César, São Paulo
Informações e Vendas: (11) 3083-4475
Ingressos: de R$ 50,00 a R$ 180,00
Classificação: 14 anos
Compra de ingressos online: www.ingressorapido.com.br