Os números de “Wicked” impressionam. Desde que estreou na Broadway, em 2003, o musical já foi visto por mais de 48 milhões de pessoas e faturou US$ 3,9 bilhões. A explicação para tanto sucesso? A produção conseguiu se tornar um fenômeno pop – algo só visto depois com “The Book of Mormon” (2011).
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A história de como surgiu a Bruxa Má do Oeste do clássico “O Mágico de Oz”, de L. Frank Baum, ganha versão brasileira a partir desta sexta-feira, 4 de março, no Teatro Renault. Baseada em um romance de Gregory Maguire, a peça imagina uma improvável amizade entre a esverdeada Elphaba (Myra Ruiz) e a loira Glinda (Fabi Bang), a Bruxa Boa do Sul.
“Todos nós tentamos entender o porquê de ‘Wicked’ ter passado de hit a fenômeno, mas tenho dois palpites. O primeiro está na relação entre as duas protagonistas. Ver esse tipo de amizade entre duas mulheres não é comum no teatro americano. O segundo é a personagem de Elphaba em si. Todos nós já precisamos tomar decisões sobre o quanto estamos dispostos a abrir mão para nos encaixarmos”, explica Stephen Schwartz, autor e compositor das músicas originais.
Ao embaralhar os conceitos de bom e mau de “O Mágico de Oz”, “Wicked” traz um discurso de aceitação. Elphaba é verde e fruto de uma traição, mas é uma inteligente e poderosa feiticeira, enquanto Glinda sofre com inveja e vaidade. As duas partilham o mesmo interesse amoroso, o bon vivant Fiyero (Jonatas Faro e André Loddi), e têm os destinos apartados por causa da picaretagem em torno do mágico de Oz.
“Vi o musical seis vezes. Sempre fui muito apaixonada pelas músicas, que ouvia ainda adolescente na perua, indo para a escola. Elphaba é o maior presente da vida de uma atriz de musical”, afirma Myra, enquanto Fabi também declara seu amor à peça. “Há dez anos, eu era bailarina, mas, quando ouvi essas músicas, decidi que aquilo era o que eu queria fazer da vida”, diz. As duas enfrentaram cinco semanas de audição até serem escolhidas para os papéis principais.
Schwartz se diz satisfeito com a versão brasileira. “Esta não é apenas uma reprodução. É uma criação especial para o Brasil e pretende falar com o público desse país”, conclui.
“Wicked” em São Paulo
Temporada: 4 de março a 31 de julho
Horário: quinta e sexta-feira, às 21h, sábado, às 16h e 21h e domingo, às 15h e 20h
Ingresso: de R$ 50,00 a R$ 280,00
Local: Teatro Renault – Brigadeiro Luís Antônio, 411, Bela Vista – São Paulo/SP