A cantora Daniela Mercury é a nova jurada do reality musical “SuperStar” ao lado de Paulo Ricardo e Sandy. A nova temporada tem estreia neste domingo, 10 de abril, e vai ao ar aos domingos à tarde, logo após o “Esporte Espetacular”. Em uma conversa com o Almanaque da Cultura, a cantora baiana falou um pouco dessa nova faceta, de ser jurada de um reality.

Almanaque da Cultura: Como aconteceu o convite para ser a jurada dessa nova temporada?
Daniela Mercury: Vamos fazer um programa para a família. Acho que isso é o mais importante da mudança de horário. O pessoal de Portugal me viu como mentora durante seis meses. Estou feliz e honrada com o convite. São grandes amigos. Eu vou perturbar com a vida deles, porque eu sou muito bagunceira.

Almanaque da Cultura: Você será a “jurada má”?
Daniela Mercury: Acho que o “SuperStar” já é um prêmio. Votamos de uma maneira muito séria. Eu vou ser a rainha má. Não consigo deixar de ser séria, apesar de ser brincalhona. Vou julgar como gostaria de ser julgada: de forma profissional, respeitosa. Quero estimular os artistas que estarão ali. Quero estimular a música popular brasileira. Levei muitos anos para escutar um artista falando de mim, então, acho que essas bandas esperam que a gente seja profissional. Eles não esperam que um artista com tantos anos de carreira, com tantos discos, com tanta pesquisa musical, fale simplesmente do coração. São dois minutos e quarenta. Isso dá mais chance de observarmos a performance, a originalidade, a execução, timbragem… São muitas coisas. Nós somos um pouco como público. Coração e música andam juntos. Se não formos agarrados pela alma, você não presta nem atenção ao resto. Acho que não dá para se segurar. Vou fazer o melhor de mim, muito atenta, muito cuidadosa e um pouco má, porque eu não tenho pena. Não tenho pena mesmo.

Daniela Mercury na coletiva de imprensa do “SuperStar” (Foto Ellen Soares/Gshow)

Almanaque da Cultura: E a estreia no “SuperStar”?
Daniela Mercury: Eu sou a caçula, cheguei agora. Fui recebido com muito carinho. É todo mundo na mesma vibe. Pessoas experientes, que sabem o que tem que fazer. As coisas acontecem muito rápido. Cheguei para experimentar figurino e tinha várias roupas separadas. Isso é bom. Sou profissional demais, quase neurótica. Faço mil coisas ao mesmo tempo. Encontrei uma turma tão pilhada quanto eu. Estou muito curiosa para ouviar às bandas.

Almanaque da Cultura: Tem esse lado razão X coração no programa?
Daniela Mercury: É uma brincadeira. A personagem do meu novo disco se chama rainha má. É um alterego. Ela faz maldições para o bem. Eu digo que serei uma rainha má, porque ela é meio dúbia. Você nunca sabe o que ela vai dizer. Alguns me veem como uma mulher mais séria, mais brigona, de personalidade forte, mas eu, no fundo, sou extremamente doce e fofa (risos). Mas vou deixar a rainha má dizer o que vou fazer. Quero brincar. Não sou a Cinderela, nem a adormecida bela, não sou mulher de andar no trilho. Sou espontânea, sincera e irônica.

Almanaque da Cultura: Você está se sentindo segura para esse programa?
Daniela Mercury: Estou mais segura do que nunca. Com todos esses anos de carreira, você fica segura. Tem que ser de verdade. É preciso fazer o serviço. O pessoal de casa tem que ser justo com as bandas. Vocês lidam com o coração, com o gênero que mais gostam, e nós, com o que é mais relevante para a música brasileira. Estou entrando com esse espírito. Quero ver quem é que merece seguir.

Daniela Mercury será jurada do SuperStar ao lado de Paulo Ricardo e Sandy (Foto: Ellen Soares/Gshow)

Almanaque da Cultura: Apaixonada por músicas
Eu sou faladeira, agoniada, não consigo ficar quieta. Sou exigente, compositora, produtora de meus discos, viciada em música. Tomo conta de cada instrumento, cada timbragem. Faço isso há anos com os meus álbuns. Todos os meus trabalhos têm dois, três anos de laboratório antes de lançar, faço experiências musicais. Sou rata de estúdio. Eu vou ficar ligada. Eu explodo em emoção. Já até avisei que não fico quieta, vou levantar da cadeira, quero dançar, me movimentar. Vou ser a bagunceira. Sou artista até as últimas consequências. Brinco que sou até mais rock’n roll.

Almanaque da Cultura: Você se considera geniosa?
Daniela Mercury: Eu sou insuportável. Tomo conta de tudo. É o meu jeito. Mas eu estou na minha casa. Sair do estúdio e entrar no “SuperStar” é continuar fazendo aquilo que gosto.

Almanaque da Cultura: Está controlando a ansiedade para a estreia e o decorrer dos programas?
Daniela Mercury: Já estou perdendo o sono. Estou com crise de ansiedade. É uma mistura de excitação com expectativa. Faço tudo com muita intensidade. Isso até me enlouquece. Eu acordo já assim. A Malu precisa falar: “Calma, calma” (risos). Eu juro. No “The Voice Kids” de Portugal, eu acordava de noite falando: “Minha crianças”. Lá, você tinha que brigar com os outros jurados. Sem ter o apadrinhamento, a gente não precisa brigar. Ainda bem, porque seria uma confusão. Ia tentar seduzir o povo para eles me escolherem como madrinha.