Emílio Dantas faz sucesso atualmente na telinha da TV como o vilão Pedro, de “Além do Tempo“, da Rede Globo. Ele também participa da terceira temporada de “Lilyhammer”, série norueguesa da Netflix, além de interpretar o mocinho Daniel, no filme “Linda de Morrer“, ao lado de Glória Pires e Antonia Morais, com estreia marcada nas telas do cinema para o dia 20 de agosto.

O ator foi elogiado pela crítica e pelo público ao “encarnar” Cazuza no teatro por quase dois anos. Foram 365 apresentações com o aval e o carinho de Lucinha Araújo, mãe de Cazuza. Quem quiser acompanhar um pouco mais da carreira de Emílio, também pode assistir a reprise da novela “Dona Xepa”, na Rede Record, de segunda a sexta-feira, às 15h45. Emílio Dantas, em entrevista exclusiva para o Almanaque da Cultura, falou sobre a sua carreira, seus atuais personagens e projetos futuros.

Almanaque da Cultura: Como está sendo interpretar o vilão Pedro, em “Além do Tempo”, uma novela de época?
Emílio Dantas: Essa experiência está sendo muito bacana porque a novela tem essas duas fases: nós atualmente temos uma vida no século 19 e depois a trama vai dar um pulo de 150 anos para uma época mais contemporânea. E nós ainda temos que trazer informações da índole do personagem, mas ao mesmo tempo ele está ali ‘pagando’ um carma e tem que ter algumas modificações.

Almanaque da Cultura: Vocês já sabem o que vai acontecer com os seus personagens na segunda parte da novela?
Emílio Dantas: Não, ainda estamos gravando a primeira parte da novela. Ainda nem sabemos o que vai acontecer com os nossos personagens mais tarde. E o barato é esse. Para mim, como ator, está sendo muito legal, porque é um costume diário pensar para onde vai isso aqui (risos), esse desafio de você dar um pulo de 150 anos carregando algumas coisas e modificando outras.

Almanaque da Cultura: O seu personagem Daniel em “Linda de Morrer” “recebe” o dom da mediunidade da sua avó (Susana Vieira) e tem que aprender a lidar rápido com situações complicadas e engraçadas. Como foi interpretar o personagem?
Emílio Dantas: O meu personagem ter “recebido” o dom da mediunidade foi bom, porque eu não tive que pesquisar nada, só realmente “receber” o dom de primeira mão ali (risos). Daniel é um personagem divertido, até porque, para um psicólogo ser frustrado é só ele não ser são, né? (risos) É só caminhar no 8 ou 80. A última coisa que ele tinha era equilíbrio. Foi um desafio grande também filmar com a Gloria (Pires). “Linda de Morrer” é a minha primeira comédia.

Almanaque da Cultura: Além do lançamento do filme “Linda de Morrer” e da novela “Além do Tempo”, você está envolvido em algum outro projeto?
Emílio Dantas: “Sim, estou fazendo uma participação na terceira temporada da série norueguesa “Lilyhammer”, na Netflix. Eu interpreto o Gabriel, um autor de novelas que tem um bloqueio criativo. E também tem um outro filme em que participei que deve estrear em abril: “Em Nome da Lei”, do diretor Sérgio Rezende.

Almanaque da Cultura: Como foi a experiência de viver o Cazuza por quase dois anos no teatro?
Emílio Dantas: Foi como realizar um sonho. Sempre quis interpretar um personagem biográfico e um vilão. Neste ano consegui realizar os dois: Cazuza, no teatro, e Pedro, em “Além do Tempo”. Reviver Cazuza nos palcos foi uma experiência incrível, foi um mergulho rápido, pois só consegui participar de 45 ensaios. O tempo em que eu não estava ensaiando no palco, estava do lado de fora ouvindo os CDs, “pegando” a voz do Cazuza, o seu jeito de cantar, de andar. Ouvi e vi sem parar para conseguir chegar no resultado final.

Almanaque da Cultura: Como foi a repercussão do público durante esse trabalho?
Emílio Dantas: O Cazuza era um cara difícil, né? O público ama ou odeia. Para mim o legal foi ver a reação da plateia. O Cazuza estava muito presente na peça, não somente pela minha atuação. O mérito é todo dele.

Almanaque da Cultura: E como foi conseguir a aceitação da Lucinha Araújo, mãe do Cazuza?
Emílio Dantas: A Lucinha era o meu foco. Só na hora em que eu tive o aval dela dizendo que estava mais próximo possível do filho é que eu achei que estava bom. E ela foi mãezona mesmo, não só minha, mas de todo o elenco. Ela nos acompanhou o tempo todo, ela estava presente em todos os ensaios e na maioria das apresentações no Rio de Janeiro. Algumas vezes ela chegou a viajar com o elenco.

Almanaque da Cultura: Vocês têm algum projeto de voltar com o musical para mais uma temporada?
Emílio Dantas: Até o momento não. Nós fazíamos parte de um projeto de apresentações em praças públicas. Fizemos em alguns estados, mas aqui no Rio de Janeiro não conseguimos fazer por motivo de uma chuva forte, que destruiu uma parte do palco. Mas nós ainda queremos muito fazer uma apresentação no Rio de Janeiro, nem que seja em uma curta temporada em alguma praça pública.