‘Romero tem coisas muito íntimas minhas’, diz Alexandre Nero sobre personagem

O ator Alexandre Nero é o convidado de Bianca Ramoneda para a estreia da segunda temporada do “Ofício em Cena”, no ar na próxima terça-feira, dia 08, na GloboNews. O programa, que mergulha no processo de trabalho da televisão, revelando processos e curiosidades pouco conhecidos do público, amplia o leque de entrevistados nesta nova fase. Profissionais que trabalham por trás das câmeras, como figurinistas, cenógrafos e diretores de fotografia, contam como ajudam a construir os programas a que assistimos e aplaudimos na TV.

Logo na estreia, Alexandre Nero fala sobre Romero Rômulo, o protagonista de “A Regra do Jogo”, que já surpreendeu o público logo no primeiro capítulo mostrando a sua outra face. “Coloquei nesse personagem coisas muito íntimas minhas e que sei que são engraçadas. Coisas que eu faço sozinho, por exemplo. Ele é aquele cara que dança sozinho, que fala sozinho, que acorda dando bom dia para a parede. São coisas que todo mundo faz, mas ninguém vê”, explica Nero. “Estou torcendo para que as pessoas riam bastante com ele. Mas acho o Romero extremamente patético, muito triste, solitário, frágil. A gente vai rir de uma coisa triste”.

Recém-saído de um grande sucesso como o Comendador José Alfredo, de “Império”, Nero fala sobre a facilidade de desencarnar dos seus personagens: “o apego é do público e não do artista”, garante. À Bianca Ramoneda, ele revela que algumas marcas do Comendador, como a virada do bigode para cima e a mania de mexer no anel, não foram estudadas. “Aquilo foi despretensioso. Na verdade não era para ter virado uma marca. Joguei o bigode para cima porque achava que virado para baixo ficava muito feio”, simplifica. O mesmo aconteceu com o anel. “Aquele anel me incomodava, não uso nada nos dedos”, explica, justificando o motivo do Comendador mexer tantas vezes no acessório durante as gravações.

“E quando nós, telespectadores, vamos imaginar que essas marcas, que acreditamos que fazem parte da identidade do personagem e são imitadas por todo mundo, foram criadas porque incomodam o ator?”, reflete Bianca Ramoneda. “Em geral, os programas de televisão chegam prontos ao público, editados. A ideia do “Ofício em Cena” é revelar como eles são feitos, os caminhos e as dificuldades que atravessam antes de ganhar as telas. Nos interessa trazer a riqueza do aspecto artesanal, porque os programas são construídos artesanalmente. Como chegam prontos e o acabamento é muito grande, ninguém sabe exatamente o que foi feito até chegar ao resultado que está nas telas”, complementa a apresentadora.

O programa semanal de entrevistas é fruto de uma parceria entre o Jornalismo da GloboNews e o Entretenimento da Globo. É inspirado em um projeto de José Wilker que, preocupado com a formação de novos talentos e com a troca de experiências, criou um espaço de debate entre parceiros de profissão para que todos compartilhem suas escolhas, caminhos, desafios e dificuldades que enfrentam a cada trabalho. Na plateia, atores, diretores, roteiristas, preparadores de elenco e figurinistas se misturam a estudantes de artes cênicas, comunicação e cinema, convidados pelo Globo Universidade, para tornar a conversa ainda mais interativa e interessante. Todos participam da conversa e têm a oportunidade de fazer perguntas ao convidado durante a gravação.