Susana Vieira não tem papas na língua e se não gosta de algo rebate na hora. Em uma conversa reveladora com o Almanaque da Cultura, a atriz, que interpreta Adisabeba, em “A Regra do Jogo“, falou sobre as cenas quentes envolvendo a sua personagem na trama de João Emanuel Carneiro e confessou que adora beijar na boca no baile funk. “Eu não pego. A pessoa me pega. Eu acho que isso não existe. Existe homem e mulher que se olham e rola uma faísca”, confessou.
Almanaque da Cultura: O ator Douglas Tavares comentou que tremeu durante as cenas quentes envolvendo os personagens de vocês. Como foi para você?
Susana Vieira: Por enquanto, estamos todos nervosos. Então, não está dando para acalmar ninguém, porque nem eu estou calma. E eu também acabei de conhecer o Douglas agora e existe um tempo para a gente se conhecer, para nos aproximarmos. Mas, as cenas têm que ser mais quentes mesmo. É óbvio que eu faço uma cena com o Tony Ramos mais relaxada do que com o Douglas, que eu acabei de conhecer. Mas, ele faz o meu namorado. Ela tem loucura para ter tudo, ela quer uma lareira, um ar condicionado e tudo mais. Eles transam na lareira… Aí fica quente e ela pede para ligar o ar condicionado. É a parte meio cômica da novela. Como eu fui namorada do personagem do Tony Ramos, quando ele reaparece na história, o Douglas fica meio com ciúmes. Mas, é uma coisa assim. Ela trata ele amorosamente a noite, mas durante o dia, ela manda nele.
Almanaque da Cultura: Antes da coletiva, o ator Douglas Tavares elogiou você como mulher. Como você recebe isso?
Susana Vieira: Elogio por ser atriz é uma coisa, mas elogio de mulher, eu acho o máximo. Hoje em dia, vamos falar a verdade, se dá muito valor à juventude, ao sexo, muito valor a charme, à sex appeal. Ninguém dá valor para intelectuais, para a gente saber coisas do mundo, falar línguas. Então, vamos ficar gostosa, porque eu não vou ficar velha contando que eu li “A Divina Comédia”. Vamos falar de beijo na boca, de minissaia. É uma coisa que no Brasil, infelizmente, é só sobre isso que fala. Aí, chega o Cauã Reymond e diz que eu estou gostosa. Acho show! Aí vem o menino e diz que eu sou uma mulher desejável. Acho que ele não está fazendo média, né?
Almanaque da Cultura: Quando você quebrou o pé pensou em abandonar a novela?
Susana Vieira: A novela é o meu sustento. São coisas que acontecem. Vários atores quebram coisas durante novelas. Eu suspendi o teatro não por isso. Eu ia ficar lá só duas semanas, para pegar a peça. Mas, a Globo não ia me deixar ficar em São Paulo. Na novela, trabalhamos dez horas por dia. Mas, não se conta desgraça.
Almanaque da Cultura: Como foi a participação do jogador Neymar na trama?
Susana Vieira: Eu postei fotos, mas eu e o mundo postamos fotos quando estamos ao lado do Neymar. Não gravei com ele, ele só passou e eu tirei uma foto. Porque o meu neto menor é jogador de futebol, ele faz parte de um time de Miami. E logicamente, todo mundo tem fascínio pelo Neymar. Ele é um ídolo, um mito que foi criado para nós. Ele virou um ídolo muito rápido. É uma pessoa carismática, joga muito bem, então, todo mundo quer tirar uma foto com o Neymar.
Almanaque da Cultura: Então, Susana Vieira também tieta?
Susana Vieira: Eu? Eu digo para as pessoas, inclusive com as atrizes que eu gosto. Tem uma atriz que está fazendo a minha nora (Letícia Lima), que eu só conhecia ela da Porta dos Fundos, não sabia nem o nome dela. Quando eu encontrei com essa menina dentro do camarim, eu disse “eu te amo, te adoro, te acho uma atriz maravilhosa!”. Mas, falei com o meu coração, foi uma coisa verdadeira. Outra coisa que eu digo: a Cássia Kis é uma das melhores atrizes hoje em dia. Ela é a primeira. Eu brinco com ela que ela vem antes de mim. Se eu me acho o máximo, acho a Cássia Kis acima de mim. Eu elogio, lógico. Tenho as minhas preferências. Uma vez, eu estava sentada em um restaurante, e um garçom me entregou uma garrafa de champanhe. Quem mandou foi aquele menino, jogador de futebol, que apanha muito da imprensa, o Imperador.
Almanaque da Cultura: Você é uma mulher que não se deixa abater?
Susana Vieira: Quando você permite que a feminilidade continue em você, significa que você continua viva, que você continua apostando no seu futuro, que você ainda tem esperanças de amar outro homem. Não se entregar. Acho que é isso. Continuar alegre, continuar curiosa, continuar indo à baile funk, que é uma das coisas que eu mais gosto na vida.
Almanaque da Cultura: Você recebe muitas cantadas?
Susana Vieira: Acho que, hoje em dia, ninguém dá mais cantada em ninguém. Está muito difícil arrumar um namorado nesses lugares públicos. Primeiro, porque são homens lindíssimos e quando você vai ver, o namorado está do lado. A gente fica pasma. São as melhores pessoas para a gente conviver, são bonitos, são elegantes, chiques – e não é de vestir. São pessoas doces. Então, a gente convive com eles numa boa, mas as cantadas acabaram. O que acontece é que você começa hoje uma conversa aqui ou ali. Mas, também tem. Eu vou muito naquele Baile da Favorita, tem gente que chega e, dali, a gente sai e está tudo bem.
Almanaque da Cultura: Então você pega em baile funk?
Susana Vieira: Eu não pego. A pessoa me pega. Eu acho que isso não existe. Existe homem e mulher que se olham e rola uma faísca. Porque ninguém transa com o outro se um não quiser, ninguém dá beijo na boca se o outro não quer. Num baile, todo mundo paquera todo mundo.
Almanaque da Cultura: Você curte a internet?
Susana Vieira: Odeio internet. Só uso whatsapp, que é a melhor invenção do mundo. É ótimo: você briga pela internet, faz as pazes por ali, fecha contrato, é tudo tão rápido. Eu não abro o Ego, Isto É, Caras, não abro nada. Eu acho que, aquelas horas em que eu fico ali, abrinco essas coisas, a vida está comendo solta. Aquela notícia, a gente vai ficar sabendo depois. Eu gosto mesmo é de ler jornal. Adoro jornal, papel e nunca largaria isso para ver aquela tela branca, com aquela luz na minha cara. Eu pego as manchetes grandes, e vejo que quantas pessoas trabalharam por aquilo. A internet só coloca a matéria importante. No jornal, eu vejo tudo. E vejo mesmo. Aqueles jornais do trem. Eu amo!