Fernanda França é jornalista e escritora. Trabalhou por doze anos como repórter em rádio, sites, revistas e jornais. É moradora de Paulínia, interior de São Paulo, onde vive com o marido, o filho e três gatos. A autora de “Malas, Memórias e Marshmallows” e “Bolsas, beijos e brigadeiros” estará na Bienal do Livro no Rio neste sábado, dia 12 de setembro, às 11h, em um bate-papo no estande da Editora Planeta e, em seguida, no lançamento de seu livro “O Pulo da Gata”. No domingo, dia 13 de setembro, a autora também estará no estande da editora autografando os seus livros das 13h às 16 horas.

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Em entrevista ao Almanaque da Cultura, Fernanda França conta sobre a expectativa de participar da Bienal do Livro no Rio lançando o seu novo livro “O Pulo da Gata”, do seu início de carreira como jornalista e escritora, suas influências literárias, seus rituais para escrever e do sonho de ver um de seus livros ser adaptado para o cinema.

Almanaque da Cultura: Você vai lançar na Bienal seu novo livro “O Pulo da Gata”. Destalha um pouco sobre essas história?
Fernanda França: Maggie May é uma veterinária que tem um sonho: ela quer se casar. Ela acredita que com o casamento vai fechar todas as suas feridas e ser feliz. Mas qual é o preço de se casar sem amar de verdade? Afinal, o que é amar e ser amada? O livro é uma comédia romântica que trata de alguns temas sérios com leveza. Como dar a volta por cima quando tudo parece perdido? O livro traz reviravoltas (engraçadas e até trágicas), mas com o objetivo de mostrar a trajetória de Maggie e responder à pergunta: o que é a felicidade?

Almanaque da Cultura: Tanto em “Malas, Memórias e Marshmallows” como em “Bolsas, Beijos e Brigadeiros” você conta as histórias da Melissa, uma jornalista que viaja pelo mundo fazendo reportagens. Esse era o seu sonho quando se formou em Jornalismo?
Fernanda França: Meu sonho era mudar o mundo! (risos). Na verdade, acho que mudar o mundo significa mudar pelo menos o mundo de alguém, fazer a diferença para alguma pessoa. Ao longo dos 12 anos em que trabalhei como repórter, pude guardar na memória e no coração algumas histórias. Mas viajar sempre foi uma paixão, sim. Então quando escrevi os livros, eu quis colocar um pouco desse meu amor pelas viagens e transformei a personagem em uma mochileira como eu. Hoje em dia, continuo querendo fazer algo de bom para os leitores, mas de um jeito diferente, por meio da literatura. Quando passo uma mensagem e alguém me escreve dizendo que decidiu seguir seu sonho, ou que refletiu sobre algum assunto sério que eu coloquei no livro, eu sinto que o papel daquele livro foi cumprido.

Almanaque da Cultura: Seu primeiro romance “Nove Minutos com Blanda” foi publicado em 2010, mas você escreve desde pequena. Por que demorou tanto a decidir que publicaria um livro? Foi difícil conseguir uma editora?
Fernanda França: Eu escrevia, mas não tinha ideia de como publicar. Sempre quis ser escritora, mas, de alguma forma, eu nunca havia pensado em publicar um livro até aquele momento da minha vida, até porque estava feliz sendo jornalista. Quando comecei a escrever a Blanda, eu fiquei durante dois anos no livro, sem pretensão de publicar. Mandei para amigas lerem e foi só aí, depois do retorno, que elas me convenceram a buscar publicação. E eu percebi que era justamente aquilo o que eu queria! Fiquei um ano em busca de editora e em 2010 publiquei meu primeiro livro.

Almanaque da Cultura: Quais são as suas influências literárias?
Fernanda França: Eu sempre conto que cresci lendo Mauricio de Sousa e Ziraldo. Sou apaixonada pelas histórias deles até hoje e leio para o meu filho. Chorei quando os conheci pessoalmente! Quando cresci, passei a ler de tudo: desde Pedro Bandeira a Agatha Christie, Sidney Sheldon e Stephen King. Na adolescência era apaixonada pela literatura clássica de Machado de Assis, Clarice Lispector e hoje diria que meus preferidos são José Saramago, Mário Prata, Adriana Falcão. De comédia romântica, gosto de Sophie Kinsella. Eu leio de tudo e, hoje em dia, principalmente, autores nacionais contemporâneos. As minhas influências são de todos eles.

Almanaque da Cultura: Você costuma ter algum ritual antes ou durante o processo de escrita de um livro, como ouvir uma trilha sonora específica para cada personagem?
Fernanda França: Eu escrevo a lápis, sempre, em um caderninho para cada história. Também faço anotações em aplicativos no celular quando não posso ir direto para o computador ou quando não consigo escrever, aí eu gravo a minha voz, por exemplo. O importante é anotar na hora, senão esqueço. Minha memória é igual à da amiga do Nemo (risos). Gosto de ouvir música e cada livro acaba ganhando uma trilha sonora específica, mas não é sempre que escuto. Dependendo da cena, prefiro o silêncio. E gosto de escrever de madrugada.

Almanaque da Cultura: Quais os escritores contemporâneos que escrevem para os jovens que você mais gosta e lê?
Fernanda França: Adoro escritores contemporâneos. Muitos são meus colegas de trabalho e eu sei que acabaria me esquecendo de alguém. Por isso, vou citar todas as autoras do LitGirlsBr, um projeto multiplataforma que visa divulgar a literatura nacional contemporânea. Além disso, são escritoras muito talentosas e que eu adoro.

Almanaque da Cultura: Você mora na cidade de Paulínia, que é conhecida pelo seu Festival de Cinema. Você sonha ou já tem algum projeto de adaptar um de seus romances para o cinema?
Fernanda França: Sonho, com certeza! Imagino os livros se transformando em comédias românticas daquelas bem leves e divertidas, que a gente vai ao cinema para assistir e sair mais feliz, sabe? Gostaria muito que isso acontecesse algum dia, sim. Não tenho projetos (ainda), mas tenho sonhos.