Festival do Rio: Confira os filmes com temáticas LGBTQ que serão exibidos

Filmes com temática gay concorrem ao Prêmio Felix

Com o fim da mostra Mundo Gay no Festival do Rio, teve abertura o “Prêmio Felix”. Recém-criado, o troféu é dedicado a filmes com temática LGBTQ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). O júri que vai votar nos filmes Queer ainda não foram anunciados pela organização do Festival, mas você já pode conferir aqui no Almanaque da  Cultura o nome de alguns dos concorrentes, os horários e as salas de exibição:

Première Brasil

“Beira-mar”: Martin e Tomaz passam um fim de semana imersos em um universo próprio. Alternando entre distrações corriqueiras e reflexões sobre suas vidas e sua amizade, os garotos se abrigam em uma casa de vidro, à beira de um mar frio e revolto. Festival de Berlim 2015. Com direção de Filipe Matzembacher e Marcio Reolon.

“Califórnia”: O ano é 1984. Estela vive a conturbada passagem pela adolescência. O sexo, os amores, as amizades; tudo parece muito complicado. Seu tio Carlos é seu maior herói. O grande sonho dela é viajar para Califórnia para visitá-lo. Mas tudo desaba quando ele volta magro, fraco e doente. Entre crises e descobertas, Estela irá encarar uma realidade que mudará definitivamente sua forma de ver o mundo. Com direção de Marina Person.

“Ralé”: Um filme dentro de um filme. Jovens diretores, adolescentes prodígios, estão filmando uma exibicionista em uma fazenda numa região paradisíaca. Barão, personagem de Ney Matogrosso, vive nessa fazenda, onde irá celebrar seu casamento com o dançarino Marcelo. O filme investiga poeticamente a alma brasileira, colocando a Amazônia como epicentro do mundo, refletindo a respeito de questões existenciais, legitimando o direito à liberdade e à individualidade sexual. Filme filosófico e musical, livremente inspirado na peça teatral Ralé, de Maxim Gorki. Com direção de Helena Ignez.

“A Seita”: Se passa em 2040, um ano importante pra o protagonista por duas razões. A primeira é que foi o ano em que deixou as Colônias Espaciais e voltar a morar no Recife. A segunda é que foi em 2040 que eu des­co­bri a existência da Seita. Com direção de André Antônio.

Panorama: Grandes mestres

“À Tarde”: A parceria entre o diretor Tsai Ming-liang e o ator Lee Kang-sheng representa uma das grandes colaborações da história do cinema, comparável a Scorsese e De Niro, Fassbinder e Hanna Schygulla, ou Bergman e Liv Ullmann. Tsai nunca fez um filme sem Lee – e nem pretende. Durante uma tarde, a dupla sentou-se em frente a uma janela e conversou. Tsai fala de seu crescente medo de morrer e de sua perda de interesse numa vida amorosa. Lee, por sua vez, é menos melancólico ao se descrever como um homem de poucos desejos. Um emocionante presente aos cinéfilos e fãs de Tsai. Veneza e Toronto 2015.

“Em Jackson Heights”:  Explora a cultura, a política e o dia a dia da região do Queens, conhecida por ter a maior concentração de etnias diferentes do mundo. Através da câmera-mosca do diretor, visitamos centros comunitários, reuniões LGBT, uma escola madrassa, um açougue halal e salões de dança. No bairro das 167 línguas, um conflito entre laços tradicionais e valores americanos precisa ser superado diariamente. Com direção de Frederick Wiseman.

Panorama

“Aqui em Lisboa – Episódios da vida da cidade”: Em 2013, para celebrar o seu décimo aniversário, o festival de cinema IndieLisboa convidou quatro diretores para filmarem em Lisboa. As diretoras Dominga Sotomayor (com De quinta a domingo, em 2012) e Marie Losier (com The Ballad of Genesis and Lady Jaye, em 2011) haviam ganhado o prêmio da competição internacional nos anos anteriores. Os outros dois foram diretores com presenças recorrentes no festival: Denis Côté e Gabriel Abrantes. Quatro autores com quatro visões diferentes da cidade de Lisboa, passando pelos registros da ficção, do documentário, da comédia ou do fantástico. Com direção de Denis Côté, Dominga Sotomayor, Gabriel Abrantes e Marie Losier.

“A Bela Estação”: Delphine tem 23 anos. Filha de fazendeiro, ela ado­ra o clima do campo e trabalhar com a terra, mas as restrições da vida provinciana acabam por levá-la a Paris. Lá ela conhece Carole, uma mulher casada e engajada no movimento feminista. A liberdade e a independência dela encantam Delphine, que pela primeira vez se vê apaixonada por uma mulher. O amor entre as duas faz a vida de Carole virar do avesso. Quando Delphine é obrigada a voltar para sua cidade, Carole decide segui-la. Mas no campo, o casal terá que enfrentar uma realidade bastante diferente. Com direção de Catherine Corsini.

“Eu sou Michael”: Em 2007, Michael Glatze, famoso militante e defensor dos direitos dos homossexuais, chocou seus amigos e seguidores quando renunciou publicamente a sua homossexualidade para condenar a causa e se tornar um pastor cristão. O que poderia tê-lo levado a uma mudança tão extrema de crença? Esta é uma investigação complexa sobre um idealista que, ao se deparar com a morte, resolveu destruir e reconstruir a sua própria verdade. Estrelado por James Franco e Zachary Quinto, e produzido pelo diretor Gus Van Sant. Sundance Film Festival e Festival de Berlim 2015. Com direção de Justin Kelly.

“Grandma”: Elle, uma mulher que fez sucesso no passado com sua poesia, termina de repente seu namoro de quatro meses com Olive. Mas antes que ela tenha tempo de ficar triste, sua neta Sage aparece de repente com um sério problema de dinheiro. As duas saem batendo de porta em porta na casa de velhos amigos e paixões de Elle em busca de ajuda. Mas acabam encontrando apenas velhos segredos e esqueletos escondidos. Nessa jornada tempestuosa, Sage descobre que o jeito durão de sua avó esconde o luto pela perda recente de sua parceira de anos, Vi. Com Lily Tomlin. Com direção de Paul Weitz.

“Nasty Baby”: Freddy é um artista plástico cujo desejo de ter um filho já está se tornando uma obsessão. Para dar vazão à sua ansiedade, ele se envolve em um novo trabalho, uma peça que reúne imagens de sua infância e fotos de recém-nascidos. Com a ajuda de sua melhor amiga, Polly, ele e seu companheiro Mo tentam ter um filho. Mas a situação se torna mais complexa quando os três resolvem refletir e debater sobre a criação da vida. Ao mesmo tempo, um vizinho os persegue, cada vez mais agressivamente. Do diretor de A criada e Crystal Fairy e o cactus mágico. Com direção de Sebastian Silva.

Première Latina

“O Homem Novo”: Aos 12 anos, Roberto apoiou a Revolução San­di­nis­ta na Nicarágua. Seguiu na luta política ao lado dos comunistas tupamaros. Trinta anos mais tarde, ele luta para viver como mulher, Stephania, e se esforça para ser aceito tanto pela sociedade quanto por sua família. Este é o retrato de uma mulher que carrega um passado tempestuoso repleto de violência, prosti­tu­i­ção e engajamento político. Imagens de seu dia a dia capturadas nos últimos 20 anos se aliam a depoimentos de amigos e amores para contar sua história. Prêmio Teddy de melhor documentário, Berlim 2015. Com direção de Aldo Garay.

“Te Prometo Anarquia”: O jovem casal de namorados Miguel e Johnny passa seus dias andando de skate por regiões caóticas da Cidade do México. Eles se divertem em sua sexualidade simples e doam seu sangue para o mercado negro. Uma ótima maneira de ganhar dinheiro fácil surge quando um conhecido os indica a traficantes que precisam de sangue, mas não podem ir a um hospital. O plano logo dá errado e os dois percebem tarde demais o ambiente à sua volta, uma rede secreta de clínicas a serviço dos feridos na guerra contra as drogas. Exibido na competição do Festival de Locarno e no Festival de Toronto 2015. Com direção de Julio Hernández Cordon.

Expectativa

“Histórias de Nossas Vidas”: Membros do coletivo multidisciplinar The Nest passaram meses viajando pelo Quênia coletando histórias de jovens LGBT. São histórias sobre suas experiências e vidas em um país ainda dominado por uma extrema homofobia. Baseado nessas numerosas entrevistas, o grupo desenvolveu os roteiros de cinco histórias que nos propiciam um olhar sobre a situação atual e os problemas desses jovens marginalizados por conta de sua sexualidade. Entre os temas, fala-se sobre a busca pela identidade, a heteronormatividade forçada e a luta para ser aceito. Prêmio especial do júri do Teddy, Berlim 2015. Com direção de Jim Chuchu.

“Tangerina”: É véspera de Natal em Los Angeles e Sin-Dee está de volta ao bairro, depois de passar 28 dias atrás das grades. Ao ouvir que seu namorado, um cafetão, não lhe foi fiel enquanto esteve presa, ela e sua melhor amiga, Alexandra, embarcam em uma missão para desvendar a veracidade desses rumores escandalosos. A odisseia as leva por um passeio pelas muitas subculturas de Los Angeles, incluindo a de uma família armênia e sua maneira muito própria de lidar com a infidelidade. Todo estrelado por atrizes transexuais, o longa foi filmado com iPhones. Com direção de Sean Baker.

Midnight Docs

“Haftanlage 4614”: No universo dos fetiches há um nicho para cada tipo de desejo. Arwed oferece seu serviço a um tipo especial de clientes: ele tem uma prisão particular, onde cria e põe em ação todo tipo de maus-tratos e torturas, tendo como vítimas pessoas que pagam para estarem ali. Durante uma semana, ele e seu parceiro Dennis realizam as fantasias mais selvagens de seus prisioneiros. Os detentos, por sua vez, encaram aqueles dias encarcerados como férias – um lugar onde finalmente podem relaxar. Mas mesmo nesse teatro improvisado, Arwed não esquece seu lado mais humanista. Com direção de Jan Soldat.

Filme Doc

“Fassbinder – Amor Sem Cobranças”: Rainer Werner Fassbinder foi possivelmente o cineasta alemão mais importante do pós-guerra. Seu falecimento ainda jovem em 1982, aos 37 anos, deixou um vácuo na cinematografia europeia, assim como uma obra única, complexa e de espantosa contingência e rigor. De 1969 em diante, o diretor e pesquisador Christian Braad Thomsen manteve uma amizade ao mesmo tempo próxima e respeitosamente distante de Fassbinder. Este filme se baseia em suas memórias pessoais, assim como em uma série de conversas e entrevistas com Fassbinder e sua mãe, Lilo, nos anos 1970. Com direção de Christian Braad Thomsen.

Mostra Geração

“O Desejo de Jack”: Jack tem 8 anos e o enorme desejo de ganhar um irmão. Embora conte com amigos, ele gostaria de ter alguém em casa com quem brincar, pois se sente solitário. Realizar esse desejo não vai ser tão fácil, pois sua família é composta de duas mães, o que dificulta tudo. Suas mães são alegres e carinhosas e resolvem dar a Jack um coelho, como consolo pela falta de um irmão. Em protesto, Jack não tira mais da cabeça um chapéu com orelhas de coelho. Até um pedido de irmão online ele tenta, mas alguns fatos acontecem e o fazem ver as coisas de maneira diferente. Com direção de Anne de Clercq.

“Happy End?”: Lucca está se preparando para seus exames. Pretende seguir os passos de seu pai na carreira de advocacia. Uma noite encontra aberta a porta do aquário municipal e entra, justo quando um ativista dos diretos dos animais pichou o vidro com palavras de ordem. Flagrada pelo vigia, é presa e condenada a prestar serviços comunitários em um asilo. Lá, ela conhece Valerie, amiga de uma idosa chamada Herma, que vem a falecer. Valerie vai cumprir o último desejo de Herma. Lucca decide ajudá-la sem saber dos riscos que corre. No percurso, faz descobertas essenciais sobre si mesma. Com direção de Petra Clever.

Itinerários Únicos

“Bem-vinda a esta casa”: Elizabeth Bishop sob a ótica da cineasta Barbara Hammer. O documentário traça a vida da poeta, debruçando-se sobre sua obra, seus lares e histórias de amor. Inclusive seu turbulento romance com Lota de Macedo Soares, que inspirou o livro e o filme Flores raras. Investigando as inúmeras personalidades de Bishop, desde a sua infância em Nova Scotia até sua morte em 1979, o espectador é inserido no mundo da poeta, descobrindo facetas de uma pessoa complexa e apaixonada. Com direção de Barbara Hammer.

“O Culto a JT Leroy”: JT LeRoy publicou o seu primeiro romance aos 19 anos. Com relatos autobiográficos traumáticos e comoventes, fez uma ascensão meteórica à fama literária. Extremamente recluso, começou a deixar o seu casulo para conviver com seus novos fãs, uma lista que incluía Gus Van Sant e Lou Reed. Porém, seus amigos mais próximos percebiam algo de errado quando seus relatos variavam de uma conversa para outra. Este documentário acompanha a ascensão improvável de LeRoy, com sua sede de fama e reconhecimento, que resultou no maior escândalo literário do século. Com direção de Marjorie Sturm.

“Hockney”: David Hockney trabalha em seu estúdio sete dias por semana, pintando e realizando obras que utilizam novas tecnologias, de maneiras que não se esperaria de alguém que pertence, como ele mesmo observa, à última geração que cresceu sem televisão. Carismático, o pintor deu acesso irrestrito a seu arquivo pessoal de fotografias e filmes, o que possibilitou a construção de um diário visual único de sua vida. Passando pelo seu período de formação, seus primeiros trabalhos no pop Britânico dos anos 1960, sua experiência como gay na Califórnia e o início da crise da AIDS, até os dias de hoje. Com direção de Randal Wright.

“Sentimentos são fatos – A vida de Yvonne Rainer”: A dançarina, coreógrafa e cineasta Yvonne Rainer mudou o mundo da dança moderna com seu Trio A, performance concebida a partir da análise do repertório de movimentos humanos. Influenciada por John Cage, ela desenvolveu coreografias denominadas sociopolíticas, nas quais explora os movimentos diários. Aos 56 anos, Rainer se descobriu e se assumiu lésbica. Em 1997, recebeu o prêmio Teddy pelo filme Murder and Murder. Hoje, aos 80 anos, segue trabalhando e inovando no palco. Com direção de Jack Walsh.

“Xampy”: Xampy resolve nos contar suas aventuras dos últimos 20 anos na noite, no trem, na periferia, no centro, na escola. E seu sincero e divertido relato de vida ajuda a contar a história da geração anos 1990/2000 nessa metrópole tão diversa que é São Paulo. Cada um de nós carrega um pouco do Xampy dentro da gente. Com direção de Paulo Menezes e Daniel Wierman.

Meio ambiente

“Os Yes Men em revolta”: Há 20 anos a notória dupla de ativistas Yes Men se utiliza de performances hilárias e ultrajantes para atrair a atenção internacional a crimes corporativos contra a humanidade e o meio-ambiente. Armados com nada além de ternos de brechó e falta de vergonha, esses revolucionários trilharam seu caminho expondo perigos e impedindo que a ganância destrua nosso planeta. Em sua terceira investida cinematográfica (depois de The Yes Men e The Yes Men Fix the World), a dupla passa pela crise dos 40 anos, enquanto encara o maior desafio de suas vidas: as alterações climáticas. Com direção de Laura Nix, Andy Bichlbaum e Mike Bonanno.