O cineasta norte-americano David Lynch, conhecido mundialmente por sua obra singular, faleceu nesta quinta-feira, 16 de janeiro, aos 78 anos. A notícia foi divulgada pela família em um comunicado oficial publicado na página de Lynch no Facebook.
“É com profundo pesar que nós, a sua família, anunciamos a morte do homem e do artista David Lynch”, dizia o texto, que também pedia privacidade para os parentes neste momento. A mensagem acrescentava: “Há um grande vazio no mundo agora que ele já não está entre nós. Mas, como ele diria, ‘mantém os olhos no donut e não no buraco’. Está um dia lindo, com sol dourado e céu azul por todo o lado.”
Lynch nasceu em 20 de janeiro de 1946, em Montana, nos Estados Unidos. Sua trajetória no cinema começou no início dos anos 1970, quando seu estilo visual distinto e narrativas ousadas começaram a atrair a atenção de críticos e do público. Filmes como “Eraserhead” (1977), “O Homem Elefante” (1980) e “Veludo Azul” (1986) consolidaram sua reputação como um dos grandes inovadores do cinema contemporâneo.
Além de sua filmografia, David Lynch também foi amplamente reconhecido pelo trabalho na televisão. Sua série “Twin Peaks” (1990-1991), criada em parceria com Mark Frost, foi um marco na cultura pop e influenciou a produção televisiva por décadas. O sucesso de “Twin Peaks” rendeu a Lynch uma indicação ao Emmy e reforçou sua posição como um dos artistas mais originais de sua geração.
David Lynch era uma figura constante nos grandes festivais de cinema. Em 1990, o diretor conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes por “Um Coração Selvagem”. Em 2001, foi premiado como Melhor Diretor em Cannes por “Mulholland Drive”, filme que posteriormente foi amplamente citado como um dos melhores da história do cinema.
O reconhecimento por sua contribuição à arte cinematográfica também veio do Festival de Veneza, que lhe concedeu o Leão de Ouro de carreira em 2006. Essa honraria se somou a uma longa lista de prêmios e homenagens recebidas ao longo de décadas de trabalho.
No ano passado, Lynch revelou ter sido diagnosticado com enfisema, uma doença pulmonar grave que o afastou de seus projetos habituais. A enfermidade foi atribuída à sua longa história de tabagismo, um hábito que ele havia mantido por quase toda a vida. Desde então, ele passou a evitar viagens e compromissos públicos, concentrando-se na família e em suas atividades artísticas particulares.
Embora sua obra cinematográfica tenha sido amplamente analisada e debatida, Lynch também deixou sua marca em outras áreas. Ele era conhecido por sua paixão pela pintura, fotografia e música. Essas atividades criativas paralelas refletiam a mente multifacetada de um artista que nunca teve medo de explorar novos territórios.
A morte de David Lynch encerra uma das carreiras mais inovadoras e influentes do cinema contemporâneo. Ele deixa um legado que continuará a inspirar cineastas, críticos e entusiastas por muitos anos. Seus filmes, séries e obras artísticas permanecerão como um testemunho de sua visão única e de seu profundo impacto na cultura global.