Personagem criada pelo escritor britânico Lewis Caroll, a pequena Alice foi o tema do Café Literário do sábado, 5 de setembro, na 17ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro. O bate-papo contou com a participação das escritoras Marina Colasanti, Adriana Peliano e Gisele Gomes Maia e a mediação ficou por conta da escritora e jornalista Katia Canton.

A conversa informal sobre “Alice no Brasil das Maravilhas: 150 Anos de uma personagem” reuniu mulheres que, de alguma forma, têm a pequena Alice dentro de si. Gisele Gomes Maia estuda Lewis Caroll e acabou de defender seu doutorado em Oxford, Inglaterra, no qual ela analisa na relação entre o autor e o narrador das suas histórias, que conversa com o público de forma interativa.

“Quando somos crianças temos uma liberdade de pensamento, uma imaginação sem fronteira. É justamente isso que se encontra na Alice. A ansiedade de ser uma menina exemplar, de ter um bom comportamento”, relaciona Gisele com os pontos com os quais as crianças se identificam.

Personagem de Lewis Carrol foi tema de debate na Bienal (Foto: Pedro Diego Rocha/Hipermídia Comunicação)

Marina Colasanti, autora de contos infantis, traduziu para o português o livro “Nursery Alice”, que, por aqui, ganhou o nome de “A pequena Alice no país das maravilhas”. Para ela, a obra de Carrol é coesa, repleta de recursos estilísticos e pontes mentais para se fazer entender pelas crianças e ela não teve o impacto de sentir o non-sense da história, por mais fantástica que a narrativa fosse.

Adriana Peliano também é pesquisadora da obra de Carrol e presidenta da Sociedade Lewis Caroll do Brasil. Katia Canton foi a orientadora de mestrado dela na USP, chamada “Através do surrealismo e o que Alice encontrou lá”, no qual ela abordou a obra do autor. Adriana também é artista plástica e recriou a personagem em diversas imagens, dando tons psicodélicos e coloridos a ela.

“O que me encanta na Alice é a capacidade de transformação. A primeira Alice que conheci foi a da Hanna Barbera, desenho animado que não era da Disney. Hoje eu acho aquela história uma bobagem, mas quando eu era criança era fascinada. Ela encontrava com outros personagens, como o Fred Flintstone. Eu ficava maravilhada com a ideia de você poder transitar entre histórias”, relembra Adriana.