Utilizando os “BOOMs” para representar tanto o fortalecimento de movimentos reacionários na geopolítica mundial, quanto a aparente imobilidade do indivíduo e das sociedades, no que tange às reações combativas, “Sala de Espera” é um alerta para a pergunta que se configura cada vez mais de forma explícita: o que a Humanidade está esperando? A exposição será abrigada no Centro Cultural Light, de 1º a 30 de novembro, das 9 às 19h, com entrada gratuita.
O trabalho que Marcelo Franco nos apresenta é algo próximo de um avesso do “não-lugar”. Uma representação onde as relações se dão. Como se fosse possível enxergar o espaço entre o real e o simbólico, enxergar a estrutura subjetiva dos lugares e das situações. É uma crítica à intolerância e à dificuldade de cada um de nós em se reconhecer, aceitar o outro e as alteridades tais quais se apresentam. Uma vez descortinada, a ordenação deste espaço é tencionada por estes objetos em série em sua reprodução de marcadores sociais: o mobiliário escolar e as bombas suspensas são dois elementos aparentemente díspares mas caracterizados por discursos não tão antagônicos de dominação sobre o outro.
O que o artista propõe ao nos situar no limite deste espaço, literalmente entre o real (parede) e o simbólico (sala de espera), parte de sua provocação sobre as situações de iminência na contemporaneidade. À medida que o interessa evidenciar o estado de fragilidades em nossas esperas diárias pelo soterramento da cultura, o sucateamento da educação, o cerceamento dos direitos humanos etc. Um estado de alerta que estrutura nosso cotidiano. Sob esta perspectiva, seria possível também propor que as bombas já explodiram, e que, portanto, a alegoria que Marcelo infere sobre a sala de espera representaria o silencioso momento que antecede as grandes catástrofes.
“Pensar que a gente vive no mundo contemporâneo numa situação completamente limítrofe, a gente está sempre prestes a explodir. A vida atual demanda tanta coisa da gente: no dia a dia, nos afazeres, nas relações pessoais, da grana que não é o suficiente – , e isso faz com que eu estou chamando de limite da explosão. O meu trabalho não é sobre a explosão, efetivamente. É sobre o limite, o lugar que você chega, ainda que não aguente mais mas sem explodir, ainda. O meu trabalho, ainda não explodiu” – Marcelo Franco
Exposição Sala de Espera: Série “Boom – A Iminência da Explosão”
Visitação: de 01 de novembro a 30 de novembro de 2018
Horário: de segunda-feira a sexta-feira, das 9h às 19h
Local: Centro Cultural Light – Av. Marechal Floriano, 168 – Centro – Rio de Janeiro/RJ
Entrada: gratuita
Telefone: (21) 2211-7268
Classificação indicativa: Livre