O Festival de Fotografia Popular acontece no Galpão Bela Maré, no Complexo da Maré, dos dias 22 a 24 de maio. Novas narrativas e olhares diferenciados sobre favelas e espaços populares têm foco garantido na comemoração aos 10 anos do projeto “Imagens do Povo”, que assina a realização com o Observatório de Favelas.
A exposição “Em nome do sagrado”, da fotógrafa Kita Pedroza, dá o clique inicial na série de atividades na sexta-feira, às 18h. A curadoria é do fotógrafo e antropólogo Milton Guran e do artista visual Antônio Paiva. A proposta traz imagens sobre assistência religiosa em unidades socioeducativas, destinadas aos adolescentes em situação de conflito com a lei, além do trabalho de religiosos nesse processo.
No sábado, Fábio Caffé e Erika Tambke realizam a oficina “Fotografia do Cotidiano”, com lições sobre noções básicas de luz e composição, que podem ser utilizadas em qualquer equipamento digital. Já na parte da tarde, o Galpão Bela Maré recebe uma série de ações como encontros e mesa de debate com o tema “Fotografia e Direito à Cidade” e também intervenções artísticas dentro e fora do galpão.
Domingo de manhã é dia do grupo Mão na Lata desenvolver a oficina “Imagens Possíveis”, utilizando a fotografia artesanal (pinhole) como suporte. Mais à tarde o festival oferece mais um debate sobre “Fotografia e Educação” um novo debate, desta vez sobre além das leituras de portfólio e projeções. O fechamento do festival traz a intervenção artística “Encontro Fotográfico com o Desconhecido”, além de uma festa, dj’s e atrações musicais. Para saber a programação completa, acesse o site do projetos Imagens do Povo.
A Favela como ponto de ebulição cultural
A coordenadora do “Imagens do Povo” e do Festival, Rovena Rosa, comenta que ações como essas têm por meta colocar a Maré no mapa de ações culturais importantes na cidade. “A favela tem ganhado cada vez mais espaço na cena cultural porque tem muitas pessoas interessadas em promover eventos criativos, inovadores e de baixo custo nos espaços que elas moram. Neste sentido as favelas tem muita potência”, ela explica.
A cena cultura da Maré tem de tudo um pouco: a Lona Cultural, o Centro de Artes, o Zé Toré que promove o dia do rock no bar dele, tem o Begha com o cinema no beco. E é importante que as pessoas de outros locais saibam o que ali acontece. E o Festival de Fotografia Popular é um dos instrumentos para que isso aconteça. “Considero que a favela é um dos locais mais pulsantes na cidade”, afirma Rovena.
Há 11 anos, o programa do “Imagens do Povo” realiza ações com a compreensão de usar a fotografia a favor dos direitos humanos. E, desta forma, promover a redução da imagem criticada e preconceituosa que a favela recebeu durante décadas. Para as pessoas que ali vivem e os profissionais destes projetos, a missão é cooperar na apresentação de um novo modelo, com diversidade, criatividade e solidariedade.