O compositor carioca Luís Antônio, ao escrever o samba “Eu e o Rio” nos idos dos anos 1960, alertava em seus versos sobre a necessidade da preservação dos rios para a própria sobrevivência humana. E por que eles estão morrendo? Este é um dos motes para a exposição “Rios do Rio – as águas doces cariocas, ontem e hoje”, que será inaugurada no dia 24 de abril, às 18h, no Museu Histórico Nacional (Praça Marechal Âncora, S/N, Centro), com entrada franca. Em cartaz até 16 de junho, a exposição traz à tona a relação dos cariocas com os 267 rios que cortam a cidade do Rio de Janeiro por meio da arte contemporânea e de obras históricas em um diálogo inédito.
Para compor o núcleo histórico da exposição, instituições como Arquivo Geral da Cidade, Fundação Biblioteca Nacional, Fundação Casa de Rui Barbosa, Museu da Chácara do Céu/Museus Castro Maya, Museu Histórico da Cidade do RJ, Museu da Marinha e Museu Histórico Nacional emprestaram obras que têm o tema das águas doces e dos rios como destaque – como bicas d’água dos antigos Chafarizes da Carioca e das Marrecas; a pintura do Largo do Depósito, realizada por Almiro Reis em 1901; além de obras originais de Jean-Baptiste Debret e Johann Rugendas.
No núcleo de arte contemporânea participam 18 artistas e um coletivo, cujos trabalhos apontam para a conscientização sobre a preservação dos rios, utilizando diferentes suportes – instalação, videoescultura, fotografia, filme, pintura e mesmo bordado.
No dia da abertura, a artista visual Mariana Maia apresenta a performance individual “Coroação”. Resultado de uma pesquisa entre arte e o corpo da mulher negra , a artista investiga o lugar social que ele ocupa na sociedade brasileira e as relações com sua ancestralidade.
“Rios do Rio” é fruto de mais de um ano de trabalho de Flavia Portela, coordenadora do projeto; e Luciana Frazão, pesquisadora. A curadoria é de Fernanda Pequeno. “Buscamos ampliar as dimensões das águas doces cariocas para além de uma apreensão idílica, acionando também suas melancolias úmidas, sonhadoras, lentas e calmas”, diz a curadora. Propõe também a reflexão sobre “os poderes curativos das águas doces, como também sobre os processos irreversíveis de soterramento que elas têm sofrido ao longo de evolução urbana”.
A exposição vai muito além, enfatiza a curadora: “Do desafio inicial de procura por fontes com potabilidade e volume suficientes, visando canalizações para consumo, passamos hoje à necessidade premente de preservação das nascentes e dos olhos d’água, a fim de evitar crises de abastecimento”, sem deixar secar a esperança que move toda a questão: “Nessa luta, a água sempre triunfa, já que seu caráter a princípio submisso e fraco pode atacar violentamente o que é forte e difícil”.
A exposição é uma realização Estúdio F/ Editora Lacre com correalização do Museu Histórico Nacional/Ibram e tem patrocínio do Banco Guanabara por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
Exposição “Rios do Rio – as águas doces cariocas, ontem e hoje”
Abertura: 24 de abril de 2019, às 18h, com entrada franca
Período de exposição: de 25 de abril a 16 de junho de 2019
Dias e horários: de terça a sexta, das 10h às 17h30; finais de semana e feriados, das 13h às 17h
Local: Museu Histórico Nacional – Praça Mal. Âncora, s/n – Centro – Rio de Janeiro
Ingressos: R$ 10 (inteira) | R$ 5 (meia) | Além de estudantes, pagam meia-entrada pessoas com idade até 21 anos, e a partir de 60 anos, e pessoas com deficiência e acompanhante. Possuem gratuidade crianças até dois anos de idade; estudantes e professores das escolas públicas; estudantes de Museologia; guias de turismo; sócios Icom, artistas plásticos associados à Sinap, ESP e AIP e servidores Ibram e Iphan. Aos domingos, a entrada é gratuita.