Abe Vigoda, mais conhecido como Salvatore Tessio, da trilogia “O Poderoso Chefão”, morreu nesta terça-feira, 26 de janeiro, aos 94 anos. De acordo com Carol Vigoda Fuchs, filha do ator, ele morreu em casa, em Woodland Park, Nova Jersey. “Este homem nunca esteve doente”, disse a filha à Associated Press.

“Foi incrível trabalhar com Abe em O Poderoso Chefão e maravilhoso tê-lo entre nós”, disse o coadjuvante do longa, Robert Duvall. “Temos grandes memórias juntos e realmente sentiremos a falta dele.”

Vigoda nasceu no Brooklyn em 1921 e estudou atuação na Escola de Artes Dramáticas do Carnegie Hall. No começo de 1950, atuou em comédias para a TV, mas a carreira que vinha construindo era nos palcos do teatro.

Em 1972, o ator conseguiu o primeiro grande papel quando Francis Ford Coppola o convidou para dar vida a Tessio em O Poderoso Chefão. Tessio, um antigo amigo do protagonista Vito Cornelone (Marlon Brando), ameaça tomar o negócio da família após a morte de Vito, mas Michael (Al Pacino) descobre o plano e acaba com ele.

O papel garantiu a Vigoda, até então com 51 anos, reconhecimento e algumas novas oportunidades. Em 1974, ele deslanchou no primeiro trabalho fixo como o detetive Fish, de Barney Miller. Vigoda permaneceu no programa de TV por duas temporadas, o que lhe rendeu uma indicação ao Emmy de Melhor Ator Coadjuvante em Série de Comédia. Fish, um curto spin-off sobre o personagem, estreou em 1977, enquanto ele ainda atuava em Barney Miller.

Vigoda recontava com frequência a história de como conseguiu o papel. Um ávido corredor, foi alcançado pelo agente após correr cinco milhas para uma teste imediato com os produtores Danny Arnold e Ted Flicker. Quando chegou, Arnold notou a aparência acabada do ator e Vigoda explicou que estava correndo. “Parece que você tem hemorroidas”, Arnold respondeu. “O que você é, um médico ou produtor?”, rebateu, ganhando o papel na mesma hora.

Nas décadas seguintes, Vigoda participou de diversos programas de TV e filmes. Ainda assim, o maior momento de fama que viveu foi quando foi dado como morto pela People, em 1982. Em resposta, ironicamente, sentou-se em um caixão para um anúncio de página inteira da Variety em que segurava a revista que lhe “matou”. Depois disso, com a internet, virou vítima constante de “pegadinhas” que diziam que ele havia morrido.