“Açúcar”, escrito e dirigido por Renata Pinheiro e Sergio Oliveira, exibido no Festival de Rotterdam, chega ao circuito comercial em 30 de janeiro. No longa, Maeve Jinkings dá vida a Maria Bethânia, uma mulher que precisa voltar às suas origens renegadas e acaba enfrentando a si mesma, seu passado e futuro.
Numa visão contemporânea das relações coronelistas dos antigos engenhos de cana-de-“Açúcar”, o longa acompanha a volta de Bethânia, uma mulher madura, miscigenada, criada em uma família branca, à fazenda da Zona da Mata onde nasceu.
Bethânia carrega em si a formação crucial do povo brasileiro, e se perde em um dilema onde nem o preto nem o branco se encaixam nela. Enquanto ela tenta se reconectar com o local, enfrenta os antigos empregados, agora donos de parte da terra.
A narrativa de “Açúcar” flerta com elementos de realismo fantástico e adentra na dicotomia senhor de engenho versus escravos (branco versus negro, alta cultura versus cultura popular, realidade versus imaginação) presente em todo o filme, tanto psicologicamente quanto geograficamente, refletindo uma divisão social secular na qual o país ainda está preso.
Essa é a segunda vez que Renata Pinheiro e Sergio Oliveira trabalham com a atriz Maeve Jinkings. A primeira foi no longa “Amor, Plástico e Barulho”, dirigido por Renata e produzido por Sergio. No elenco estão, ainda, Dandara de Morais, Magali Biff e Zé Maria. O filme é uma produção da Aroma Filmes em coprodução com a Boulevard Filmes, Canal Curta e Synapse, e distribuição da Boulevard Filmes.
Sinopse
Bethânia retorna a suas terras onde uma vez funcionou o antigo engenho de “Açúcar” da sua família, o Engenho Wanderley. Entre fotos, criaturas fantásticas, contas a pagar e trabalhadores reivindicando seus direitos sobre a terra, Bethania enfrenta a si mesma em um presente onde o passado e o futuro são ambos ameaçadores.
“Açúcar” é ambientado num universo de realismo fantástico, que cruza a história pessoal de Bethânia com a formação da identidade de um país que é, ao mesmo tempo, moderno e arcaico, contemporâneo e ancestral, branco e muito, muito mais negro.