Mesmo se tratando da história de uma garota alemã, “O Diário de Anne Frank” só tinha sido adaptado para os cinemas até agora pelos norte-americanos, com uma versão do livro escrito pela adolescente de 1959. No entanto, isso mudou com “Das Tagebuch der Anne Frank” (“O Diário de Anne Frank”), novo longa apresentado pela primeira vez na 66ª edição do Festival de Cinema de Berlim.

Dirigida pelo cineasta alemão Hans Steinbichler, a película foi assistida da mostra paralela Generation da Berlinale, dedicada aos jovens, e recebeu muitos aplausos do público e dos jornalistas. De maneira quase sempre cronológica e ordenada, o filme conta a história da garota judia e de sua família, que se mudam para Amsterdã em 1934 fugindo de Adolf Hitler após a ocupação nazista de Berlim. No entanto, em 1940, com a invasão também da Holanda pelo ditador, Anne, seus pais e sua irmã têm que se esconder e começar a viver na clandestinidade.

Com isso, a menina, que no momento tinha apenas 13 anos, ganhou um diário onde começou a escrever sobre o que a família estava enfrentando no período entre 1942 e 1944, quando uma denúncia leva a menina para o campo de concentração de Bergen-Belsen, no norte da Alemanha, onde ela acaba falecendo. Segundo Steinbichler, o filme, que trata dos assuntos encontrados no diário original e em densas e aprofundadas pesquisas sobre a jovem, não fala apenas de episódios ligados ao nazismo, mas também de histórias ligadas aos pensamentos da adolescente referentes à sua puberdade e às mudanças que vinham com ela.

Com isso, o cineasta afirma que queria retratar Anne como uma menina normal de 15 anos, bem inteligente, mas com todas as perguntas e comentários que qualquer jovem da sua idade tinha naquela época. Em relação aos atores do longa, Lea Van Acken interpreta a garota alemã, enquanto Martina Gedeck e Ulrich Noethen, são Edith e Otto Frank, os pais da personagem principal, e Stella Kunkat é Margot, a irmã da protagonista.