A 17ª edição do Festival do Rio começou nesta quinta-feira, 1º de outubro, em grande estilo. O Cine Odeon, que este ano voltou a receber a programação do evento, foi palco da pré-estreia do filme “Chico – Artista Brasileiro“, sobre o cantor, compositor e dramaturgo Chico Buarque. O homenageado da noite não compareceu, mas o diretor do projeto, Miguel Faria Jr, fez as honras.

Para Miguel Faria Jr, Chico é um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos. “Ele só vai ser bem avaliado depois que ele morrer, daqui a muitos anos, em outra geração”. O diretor comentou que é uma honra ter pela terceira vez um filme seu abrindo o festival. O primeiro foi “O Xangô de Baker Street” (2001) e depois veio “Vinícius” (2005). O projeto atual fala dos 70 anos de Chico, sendo 50 de carreira e mostra o cantor com um humor que o público nunca tinha visto.

Ao ser perguntado sobre qual outro artista ele gostaria de fazer um filme, Miguel respondeu que não sabe e explicou o motivo de suas duas últimas obras estarem ligadas. “Eu fiz um filme sobre a história da música brasileira com o Vinicius (de Moraes), que atravessou as décadas de 20 até 60. E, quando o Vinícius acabou, o Chico estava no auge. O filme do Chico pega dos anos 60 até hoje”.

Miguel contou também que gostaria de continuar essa história que acompanha as transformações que acontecem no Brasil e na música. “Eu queria contar isso: a música como sintoma, reflexo do que pode acontecer no Brasil e achei que não havia ninguém melhor do que o Chico”. “Chico – Artista Brasileiro” tem a participação de Carminho, Laila Garin, Adriana Calcanhotto, Mart’nália, Moyseis Marques, Milton Nascimento, Péricles, Monica Salmaso e Ney Matogrosso.

“Chico é cinema, ele acha que é da música”

O ator Antônio Pitanga, amigo de longa data de Chico – com quem joga bola há mais de 32 anos -, disse que o artista serviu a dezena de filmes com suas músicas e o público foi capaz de acompanhar seu amadurecimento.

“O Chico Buarque também envelhece. Nada melhor do que abrir o festival com o mais carioca de todos que é Chico. Ele que faz genialidade através das suas músicas e das suas peças. Chico é cinema, ele acha que é da música. Ele é do cinema”, defendeu.