Está previsto para o primeiro semestre do ano que vem o início das filmagens de “3000 Dias no Bunker”. Inspirado na obra homônima de Guilherme Fiuza – autor do livro adaptado para a tela “Meu Nome Não é Johnny” (2007), o thriller político contará os bastidores do nascimento do Plano Real.

Aprovado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) e pela Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, o longa pode ter a direção de Heitor Dhalia, que ainda não está confirmada. Heitor foi diretor de “O Cheiro do Ralo” (2006), “À Deriva” (2009), “Gone” (2012) e “Serra Pelada” (2013).

O multipremiado cineasta Cacá Diegues – “Xica da Silva” (1976), “Bye Bye Brasil” (1979), “Tieta do Agreste” (1996), “Deus é Brasileiro” (2003), “O Grande Circo Místico” (previsto para 2016) – integra a equipe como consultor artístico e produtor associado. “Esse filme será um divisor de águas no cinema nacional”, prevê Diegues.

O roteiro é de Mikael Faleiros de Albuquerque. Mestre pela Tisch Escola de Artes, da Universidade de Nova York, foi premiado com o “Dean’s Fellowship” e é roteirista do filme “A Glória e a Graça”, coproduzido pela Globo Filmes. “3000 Dias no Bunker” é produzido pela LightHouse Produções Cinematográficas, pela Maristela Filmes e pela Globo Filmes.

Diretor da LightHouse, o produtor Ricardo Fadel Rihan foi executivo de TV por vários anos. Trabalhou em empresas como Organizações Globo, SKY Brasil e Grupo Abril. Um dos pioneiros dos filmes espíritas no Brasil, produziu os longas-metragens “As Mães de Chico Xavier” (2011), “O Filme dos Espíritos” (2012) e “Paixão, Suor e Graxa – Os Pioneiros do Automobilismo Brasileiro ” (2015).

O produtor-executivo é Ivan Teixeira – “Lisbela e o Prisioneiro” (2003), “Tainá 2 – A Aventura Continua” (2004), “Ensaio Sobre a Cegueira” (2008) e “Os Mercenários” (2010).

Crowdfunding

Orçado em R$ 10,3 milhões, “3000 dias no bunker” já captou 100% dos recursos das fases de desenvolvimento, pré-produção e filmagem. Agora, busca, em um sistema de crowdfunding (campanha de financiamento coletivo), arrecadar mais R$ 1 milhão para cobrir o saldo de 80% do orçamento de pós-produção e 35% do orçamento de comercialização.

“Essas contribuições têm sido de grande importância para a realização do filme”, diz o produtor Rihan. “Mais do que um thriller político, é uma obra que ajudará a resgatar a memória do país e permitirá que várias gerações relembrem ou conheçam uma história extraordinária que mudou a cara do Brasil”, explica. “Felizmente, muitas pessoas têm sido sensíveis a isso.”

Sinopse

Brasília, maio de 1993. O país esta nas cordas. A inflação chega aos 40% ao mês. Os salários derretem. O desemprego é recorde e a moeda foi reduzida a pó.

Após uma sequência de planos econômicos que não surtiram efeito, o país é levado à hiperinflação, à beira do impeachment de um presidente, a uma crise de abastecimento e a emissões em massa, entre outras graves consequências. Fernando Henrique Cardoso, então o quarto ministro da Fazenda do Governo Itamar Franco, forma uma seleta equipe econômica, que, protegida em um “bunker” contra pressões políticas, mergulha na missão de reforma do Estado, com a finalidade de controlar a inflação, e cria o PLANO REAL.

“Bem-vindos a Brasília”, diz FHC à equipe econômica. “Hoje é aberta a vocês uma janela de poder, ou, como diria Michel Foucault, um instrumento de diálogo entre os indivíduos de uma sociedade”.

Essa equipe implantou e defendeu o novo plano de estabilização contra os ataques de políticos, economistas, sindicalistas corporativistas e industriais.

Ao ver o plano traçado, Fernando Henrique realça: “Aqui temos trabalho para vinte anos.”