O filme “O Mensageiro”, dirigido por Lúcia Murat, estreia nos cinemas brasileiros no dia 15 de agosto. A produção fez sua première mundial no Festival de Lima e participou da 47ª Mostra de Cinema de São Paulo e da Première Brasil do Festival do Rio.
A trama se passa durante a ditadura militar no Brasil, em 1969, e narra a história de Vera, uma presa política interpretada por Valentina Herszage. Na prisão, Vera conhece o soldado Armando, vivido por Shi Menegat, que decide levar uma mensagem da jovem para sua família. Georgette Fadel e Floriano Peixoto interpretam os pais de Vera.
Lúcia Murat afirma que “apesar de ser um filme de época, discute questões contemporâneas, como polarização e justiça. E também mostra que mesmo no meio do horror existem seres humanos que se sensibilizam e se abrem para mudanças”.
O filme foi realizado com o apoio da Taiga Filmes, Canal Brasil, Telecine, e da produtora argentina Cepa, e tem distribuição da Imovision. Recebeu apoio do Governo Federal, Ministério da Cultura, o Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa através da Lei Paulo Gustavo.
“O Mensageiro” foi premiado pelo Edital de Cultura de Niterói de 2020 e no Festival de Guiões de 2021, em Portugal. Em 2022, foi selecionado para apoio internacional pelo Projeto Paradiso e ganhou o prêmio de pós-produção do WIP no Guadalajara Constrye.
Nos meses de junho e julho, Lúcia Murat promoveu exibições exclusivas para estudantes de escolas públicas e universitários no Estado do Rio, seguidas de debates sobre a memória da ditadura. Foram realizadas 20 exibições gratuitas.
Para Lúcia, “a importância do filme também é justificada pelo recente momento em que o Brasil viveu no qual se tentou reescrever a história e negar a existência da ditadura militar. Portanto, um filme que discuta essa reescrita e o apagamento de fatos históricos desses tempos sombrios é essencial”.
“O Mensageiro” explora a possibilidade de diálogo entre duas pessoas de diferentes origens em um contexto de violência e repressão. Shi Menegat, que se identifica como pessoa trans não-binária, interpreta Armando, enquanto Valentina Herszage vive Vera, hoje professora que debate com seus alunos sobre política, perdão e Hannah Arendt.