O retorno de Alexandre Louzada à Beija-Flor de Nilópolis assinala uma retomada de estilo. A direção da Escola concluiu que ao mudar as características da estética de seus desfiles, o que aconteceu nos dois últimos carnavais, não conseguiu os resultados esperados.
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Louzada trouxe na bagagem o enredo que acabou sendo o escolhido para encerrar o Carnaval de 2020. Entre as opções analisadas era a que mais chances oferecia do retorno ao luxo, à grandiosidade e ao volume de plasticidade que tornaram-se marcas registradas da Escola de Nilópolis, a maior vencedora da Era Sambódromo.
A análise é de Cid Carvalho, carnavalesco que permanece na Azul e Branco e assina, em parceria com Louzada, a responsabilidade pelo desenvolvimento de “Se essa rua fosse minha”.
Louzada explica que o enredo descreve a trajetória do homem desde a Pré-História, quando começou a se espalhar pelo globo terrestre, ocupando todos os quadrantes. Criou trilhas que viraram caminhos, estradas e que, pavimentadas, foram transformadas em ruas, avenidas e estradas, ao longo dos séculos, numa frenética evolução – principalmente depois da invenção da roda.
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Inaugurou, também, caminhos marítimos, navegando pelos oceanos. Tentando chegar à Índia, em busca das cobiçadas especiarias, chegou ao Novo Mundo – e qual não foi a sua surpresa quando encontrou ruas já pavimentadas tanto nas civilizações inca, no Peru, nas maia e asteca, no México.
Percorrendo as rotas do âmbar e da seda, a Beija-Flor espera ter reencontrado o seu caminho para chegar ao destino planejado: a Rua Marquês de Sapucaí, pedacinho de Rio de Janeiro que pertence a sambistas de todas as Escolas, sejam grandes estrelas ou anônimos empurradores de alegorias.