Quando João Vítor foi contratado para fazer o carnaval da Paraíso do Tuiuti, não tinha ideia do enredo que poderia sugerir. Ao chegar no barracão no 03, na Cidade do Samba, onde teria uma reunião com o presidente Renato Thor, observou que havia uma imagem de São Sebastião em tamanho natural, logo na entrada do galpão.
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A inspiração do enredo que estabelece ligações entre o Santo, mártir da Igreja Católica, e D. Sebastião, o Desejado, Rei de Portugal, que desapareceu misteriosamente na batalha contra os mouros, em Alcácer Quibir, no Marrocos, em 1578, nasceu entre a portaria do barracão e a sala do presidente, no terceiro andar.
“O mais curioso é que eu já possuía um enredo sobre o Rei de Portugal mas, até então, São Sebastião não entrava na história”, revela o carnavalesco.
Além de padroeiro da Agremiação, da Cidade do Samba – onde existe outra imagem, no jardim da praça central, e da Cidade do Rio de Janeiro -, São Sebastião e Dom Sebastião possuem uma parceria em diversas curiosidades, descobertas pelo carnavalesco quando fez a pesquisa sobre o santo.
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Foi na data mística de 20 de janeiro (de 286) que Sebastião foi executado, a fl echadas, disparadas por uma legião de romanos; na mesma data, em 1.554, nasceu o Desejado, Rei de Portugal – consagrado e batizado com o nome do Santo. Quando menino, o monarca foi presenteado pelo Papa Bento XIII com uma relíquia: uma das flechas que mataram o mártir.
O rei passou toda a juventude ouvindo que os mouros deveriam ser varridos do caminho dos cristãos. Aos 24 anos lançou-se para a guerra, prometendo ao padroeiro que espalharia o seu nome e fincaria a sua bandeira nas areias do deserto.
Dom Sebastião sumiu no campo de batalha e jamais se soube de seu paradeiro. E até hoje existe a crença de que, um dia, ele volte.