“É um enredo atual, que focaliza os caminhos pelos quais temos que passar: caminhos do bem, do mal, do certo e do errado. Na sociedade em que vivemos, sofremos um descaso constante de quem exerce o poder. Os problemas da sociedade se agravaram tanto que chegaram a níveis preocupantes. O enredo acabou virando um apelo para que possamos viver melhor e com dignidade. E que tenhamos uma sociedade mais equilibrada, mais justa”, explica Fran Sérgio.
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“Apesar de todos os problemas enfrentados no dia a dia, o povo ainda consegue buscar caminhos para ser feliz, principalmente através do Samba. O Carnaval é um exemplo. O povo desce para mostrar a sua alegria e a sua arte”, comenta, adiantando que a narradora do enredo será uma mulher negra, favelada, com um filho no ventre. Ela questiona o que o destino reserva para esta criança.
Para confeccionar o enredo, a União da Ilha optou por um caminho original, começando com a troca de experiências entre o diretor geral de Carnaval, Laíla, autor da ideia, os carnavalescos Fran Sérgio e Cahê Rodrigues, e os outros quatro integrantes da Comissão de Carnaval, trazidos da equipe de criação da Cavalinhos Marinhos – a Escola mirim da Ilha do Governador.
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“O Laíla orientou que a gente partisse de um sentimento, e fez uma longa exposição de sua vivência em comunidades como morador, trabalhador e sambista. Fomos acrescentando outras opiniões, de forma que tivéssemos um argumento básico para transmitir aos compositores. Ele pediu que não criássemos uma sinopse, deixando que os compositores tivessem total liberdade de criação. Que fizessem o samba ouvindo a voz do coração. Depois do samba escolhido, passamos a criar as alegorias e fantasias. Para mim foi uma novidade, e foi muito interessante ver os resultados acontecerem, naturalmente”, explica Cahê Rodrigues.