Na noite desta sexta-feira, 5 de fevereiro, e madrugada do sábado, dia 6, sete agremiações da Série A iniciaram os desfiles na Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro. Desfilaram a Acadêmicos da Rocinha, Alegria da Zona Sul, Porto da Pedra, Acadêmicos de Santa Cruz, Unidos do Viradouro, Renascer de Jacarepaguá e, encerrando a noite, o Império da Tijuca.

Neste sábado, 6 de fevereiro, mais sete agremiações desfilam pela Série A: União do Parque Curicica, Paraíso do Tuiuti, inocentes de Belford Roxo, Império Serrano, caprichosos de Pilares, Unidos de Padre Miguel e Acadêmicos do Cubango, em uma noite que promete ter muitas emoções aos apaixonados pela folia do acesso do carnaval carioca.

Acadêmicos da Rocinha

A Acadêmicos da Rocinha recebeu a missão de abrir os desfiles no Sambódromo com o enredo “Nova Roma é Brasil, Brasil é Rocinha” desenvolvido pelo carnavalesco Alex de Oliveira, ex-Rei Momo do Carnaval Carioca. Entretanto, a responsabilidade de abrir os desfiles da Série A da Lierj foi aquém do esperado: com alegorias e fantasias de nomes de duplo sentido, o enredo tornou-se de difícil compreensão. O desfile da escola foi problemático: o primeiro mestre-sala da escola, Yuri Perrone, que dança com a primeira porta-bandeira Thainá Teixeira, tropeçou e caiu durante a execução da dança em frente ao segundo módulo de jurados. O canto dos componentes também foi bastante comprometido, com diversas alas não evoluindo conforme a apresentação. A agremiação do bairro de São Conrado estourou o tempo limite de desfile, encerrando em 56 minutos, devendo ser penalizada.

Alegria da Zona Sul

Já a segunda escola da noite, Alegria da Zona Sul, surpreendeu o público e crítica com organização em seu desfile. Homenageando o orixá “Ogum”, a escola do Morro Pavão-Pavãozinho abriu seu desfile cantando pontos de louvor ao homenageado. Com isso, a escola fez um bom desfile, superando anos anteriores, que teve dificuldade com a entrada de alegorias. O intérprete Tiganá defendeu o samba-enredo com segurança e categoria, fazendo com que os componentes evoluíssem bem ao longo dos 55 minutos de desfile.

Porto da Pedra

A terceira escola a se apresentar foi a Unidos do Porto da Pedra. Com o enredo “Palhaço Carequinha, paixão e orgulho de São Gonçalo, tá certo ou não tá?”, a vermelho e branco fez uma homenagem ao célebre artista. A escola contagiou a Sapucaí com muitos palhaços, alegorias bem acabadas e colorido, saindo da Sapucaí como uma das favoritas da noite. Destaque para a comissão de frente assinada por Patrick Carvalho, que levou para a Avenida o “Circo do Tigrão – Eterna Alegria – O Circo Chegou”, os bailarinos vieram fantasiados de vários personagens, como Bozo, Patati & Patatá, Tigrão entre outros.

Acadêmicos de Santa Cruz

O Acadêmicos de Santa Cruz foi a quarta escola a se apresentar. Com o enredo “Diz mata! Eu digo verde. A natureza veste a incerteza. E o amanhã?”, a escola apresentou um bom conjunto de alegorias e fantasias. Porém, o quesito evolução deixou a desejar, a escola atrasou seu desfile por conta do discurso do presidente e do canto do samba exaltação da agremiação. O Acadêmicos de Santa Cruz estourou o tempo regulamentar em um minuto (máximo 55 minutos) e deve ser penalizada durante a apuração.

Unidos do Viradouro

Sob os gritos de é campeã, a Unidos do Viradouro apresentou o enredo “O Alabê de Jerusalém: a saga de Ogundana”, já na madrugada de sábado. A vermelho e branco de Niterói teve como destaque o excelente samba-enredo, interpretado pelo competente Zé Paulo Sierra. A harmonia também foi destaque no desfile da agremiação niteroiense.

Renascer de Jacarepaguá

A Renascer de Jacarepaguá foi a sexta agremiação a se apresentar com enredo “Ibejis – Nas brincadeiras de crianças, os orixás que viraram santos no Brasil”, falando da história dos irmãos Cosme e Damião, considerados protetores das crianças. Infelizmente a alegoria do segundo carro, que representava Damião, descolou e foi necessário ser amarrada e ter diretores segurando a mesma, para que não caísse do carro. A escola pode ser penalizada pelo jurado.

Império da Tijuca

Fechando a noite, a preferida do público Império da Tijuca apresentou o enredo “O tempo ruge e a Sapucaí é Grande! O Império aplaude o ‘felomenal'”, homenageando o ator José Wilker. Apesar do samba-enredo fraco, a agremiação do morro da Formiga apresentou um belo conjunto plástico e entra no hall das melhores da noite, ao lado de Viradouro e Porto da Pedra.

*Paula Ranieri é especialista em Carnaval