Em uma área de 250 mil metros quadrados foi construída a Cidade do Rock, o espaço que recebeu, durante 10 dias, 1.380.000 pessoas, no bairro de Jacarepaguá, na cidade do Rio de Janeiro. O ano era 1985, e o país passava por grandes transformações após um longo período sob uma ditadura militar, começava então a dar os primeiros passos rumo à democracia. Foi nesse cenário que nasceu o Rock in Rio. Pela primeira vez um país da América do Sul sediou um evento musical desse tipo.
Entre as muitas estrelas internacionais, e vários palcos montados os shows nacionais foram pioneiros e uniram uma legião de fãs e ritmos para todos os gostos. Entre as atrações nacionais presentes na primeira edição do evento, teve: Gilberto Gil, Rita Lee, Ney Matogrosso e Elba Ramalho. Já os ícones do Rock’n’Roll não poderiam faltar os shows de Rock de Barão Vermelho à época com Cazuza como vocalista, Paralamas do Sucesso, Blitz e Kid Abelha. De lá para cá o Festival já recebeu Legião urbana com Dado Villa Lobos no comando, e 15 anos após a morte de Renato Russo. Teve Carlinhos Brown que foi vaiado e recebeu uma chuva de garrafas de água em 2001. E muito mais.
O Almanaque da Cultura separou 5 momentos nacionais inesquecíveis, entre os 30 anos em que o evento rodou o Brasil e o mundo, para você relembrar com saudosismo.
1 – 1985: Teve Cazuza que, ao finalizar o show do Barão Vermelho, fez questão de fazer votos de boa sorte ao país que acabara de sair de um governo militar: “Que o dia nasça lindo amanhã. Com um Brasil novo e uma rapaziada esperta! Valeuuu!!”
2 – 1991: A segunda edição do Rock in Rio não terminou sem quebrar um recorde. O maior público pagante de um show até aquele momento foi o que viu o A-ha no dia 26 de janeiro dentro do festival. Nada menos que 198 mil pessoas.
3 – 2001: Após várias edições entre Portugal, Espanha e Estados Unidos o Rock in Rio voltou para o Brasil. E na terceira edição em terras brasileiras teve o cantor, percussionista e compositor baiano Carlinhos Brown que mesmo com a bandeira universal da paz levantada não agradou. Parece que a escolha de Carlinhos Brown para um dia de shows que reuniu essencialmente metaleiros não agradou. Enquanto cantava a música “a namorada”, o músico foi vaiado e recebeu uma chuva de garrafas de água na cabeça. Diante dos protestos ele continuou cantando e depois de muito insistir disse: “eu não jogo garrafas, eu só jogo amor”, o cantor baiano ainda mostrou que não tem sangue de barata: “Eu sou da paz. Agora, o dedinho, podem enfiar…”
4 – 2011: Mais uma vez após rodar o mundo, e depois de dez anos da terceira edição, aconteceu a quarta edição do Rock in Rio no Brasil. A volta do festival gerou tanta expectativa que os 700 mil ingressos disponíveis esgotaram em apenas quatro dias. Desta vez inspirada na atmosfera de Nova Orleans (EUA) foi montada a “Rock Street”, uma rua temática na Cidade do Rock com lanchonetes, bares e apresentações artísticas, que também serviu como ponto de encontro. Teve Milton Nascimento acompanhado da Orquestra Sinfônica Brasileira e de Tony Belloto, guitarrista do Titãs, para cantar o clássico do Queen “Love Of My Life”.
5 – 2011: Ainda no mesmo ano em que Milton Nascimento se apresentou no Festival, e juntos da Orquestra Sinfônica Brasileira, Dado Villa Lobos e Marcelo Bonfá, receberam convidados para prestar um tributo à Legião Urbana. Convidados como Rogério Flausino e Herbert Vianna cantaram hits imortalizados por Renato Russo.