Metallica no Rock, in Rio 2015 (Foto: Marcelo Mattina/I Hate Flash)

O show do Metallica é a clássica receita de bolo de chocolate da vovó, porém, se houver algum descuido, pode ficar solado. Foi basicamente isso o que aconteceu na apresentação da banda no sábado, 19 de setembro, no Palco Mundo do Rock in Rio.

Como ao pé da letra, o público já sabe o momento exato do início do espetáculo quando é exibido um trecho do filme “Três Homens em Conflito / O Bom, o Mau e o Feio”, com a lenda Clint Eastwood. Marcado para começar às 00h15, como qualquer outra apresentação do Rock in Rio neste palco, Metallica apareceu apenas às 00h45, mas, desta vez, com uma proposta inusitada: colocaram 150 fãs da banda de heavy metal em cima do palco, atrás dos integrantes.

O show começou com “Fuel”, seguido de um breve comentário de James Hetfield: “Vocês estão com a gente? Nós estamos com vocês! O Metallica vai tocar coisas de todos os álbuns, ok?”. E, assim, seguiu para “Bellz”, “Battery”, “King” e “Ride the Lightning”, quando, surpreendentemente, às 1h10, o som apresentou problemas técnicos. Entretanto, os integrantes continuaram tocando, como se nada tivesse acontecido, eles não pararam. O som retornou dois minutos depois, mas voltou a apresentar problemas. James saiu do palco, Kirk terminou improvisando um solo de guitarra e também se retirou do palco. A partir de então, o público questionou se o grupo regressaria para terminar o show.

O Metallica retornou às 1h18 com “The Unforgiven” e James visivelmente insatisfeito com o ocorrido. O bolo, então, começou a solar, logo na quinta música. A reação do público foi: “será que vai acontecer novamente?”. Em nota, a produção do Rock in Rio limitou-se a dizer que “a parada do som no show da banda Metallica ocorreu pela desconexão da linha de saída de som entre a mesa da banda e a do festival”.

O show avançou como manda o figurino: “Roam”, “Sad But True” e James perguntando: “Vocês nos ouvem e nos enxergam bem?”. Apesar de um solo absurdamente maravilhoso de Robert Trujillo, “Turn The Page” apresentou microfonia e agudos estridentes. Não era o dia do Metallica.

Se o áudio não estava lá essas coisas, a iluminação estava dando conta do recado. Em “The Frayed Ends Of Sanity” o telão mostrou imagens dos fãs junto com os quatro integrantes. E, com o efeito de fumaça e a ajuda da neblina na Cidade do Rock, o laser de “Nothing Else Matters” não fez feio.

Mesmo com o som abafado, o bis teve “Whiskey In The Jar” com direito à homenagem a Cliff Burton (baixista que faleceu em 1986): “Ele está vivo em nosso coração, na nossa música”, lembrou o vocalista, além dos hits “Nothing Else Matters” e “Enter Sandman”. O espetáculo terminou às 3h, com o bolo sem glúten e um pouco solado.

Confira o setlist do show