No dia 21 de fevereiro, quinta-feira, acontece o lançamento do livro “Baixo Augusta: a cidade é nossa”, escrito por Alê Youssef. Secretário de Cultura da Prefeitura de São Paulo, Mestre em filosofia, advogado e produtor cultural, Alê Youssef encarou o desafio de mergulhar na história do bairro que atraiu uma série de manifestações artísticas e comportamentais que geraram uma diversidade especial e um ambiente rico para impulsionar a arte, a cultura, o ativismo e o empreendedorismo da maior cidade do hemisfério sul. O evento acontece na Casa do Baixo Augusta, a partir das 19h.
Alê Youssef decidiu navegar pela história de uma importante região central que também está, intrinsecamente, conectada a sua trajetória. A expressão “Baixo Augusta” começou a ser usada com frequência em 2008, ano que marca a explosão da diversidade da região e o funcionamento das mais importantes casas noturnas. Um ano depois, surgiu o Acadêmicos do Baixo Augusta, bloco carnavalesco do qual é um dos fundadores, e que está completando dez anos neste Carnaval. O Bloco foi o primeiro movimento social que usou o nome tal qual ele ficou conhecido, e capitaneou a retomada do carnaval de rua paulistano, reunindo mais de um milhão de foliões no desfile oficial de 2018.
No prefácio escrito por Marcelo Tas, o jornalista aponta a difícil tarefa abraçada fielmente pelo autor: “As décadas mutantes da rua Augusta, da boemia-prostituição-neon ao mix comércio-de-rua-carrões-importados com o reduto democrático-underground-carnavalesco atual, passando pelo rock’n’roll-milkshake-motorsport da Jovem Guarda, são um desafio robusto para qualquer historiador”.
Ao longo de 144 páginas, Alê Youssef reforça a importância de diversos movimentos protagonizados pela juventude paulistana, da Jovem Guarda à efervescência de festas dos anos 2.000 que conviviam com a ilegalidade e a diversidade de um ambiente underground e tão livre, passando também pela cena teatral da Praça Roosevelt. Impulsionados pelo ambiente artístico e noturno, começam a surgir pequenos empreendimentos feitos por e para jovens, como lojas colaborativas, marcas de novos estilistas, tatuadores e restaurantes.
“A região do Baixo Augusta foi e permanece sendo palco de uma batalha colorida e criativa pelo direito à cidade em uma megalópole geralmente cinza e opressora. Ela desafia as concepções mais engessadas da cidade para assim influenciar na própria identidade de São Paulo. Essa concepção da relação entre a arte com a vida urbana também sempre esteve interligada as minhas experiências culturais”, declara Alê Youssef.
“Baixo Augusta: a cidade é nossa” conta a luta pelo direito à cidade, combustível que garante o movimento da engrenagem de criação e manutenção das manifestações culturais e da ocupação dos espaços públicos. A região serviu de palco para movimentos sociais que explodiram, reivindicando o direito de ocupação e pertencimento da cidade, entre eles, “Existe amor em SP”, “Parque Augusta” o “Parque Minhocão” e muitos outros coletivos que utilizam a Praça Roosevelt como espaço de diálogo e deliberação de suas ações políticas.
Publicado pela editora Letramento, a capa do livro foi feita pelo fotógrafo Davi Pacheco com uma imagem histórica do desfile do Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta de 2017, já próximo à Praça Roosevelt, com o trio elétrico cercado por milhares de foliões. No alto, o registro da empena, tradicionalmente, revelada durante o desfile, feita pela artista Rita Wainer, também responsável pela tipologia da capa do livro.
O lançamento do livro faz parte das comemorações de dez anos do Bloco Acadêmicos do Baixo Augusta e traz mais de 40 imagens de momentos marcantes. Essas fotografias e muitas outras estarão na exposição “Apavora, mas não Assusta”, de Frâncio de Holanda, fotógrafo e um dos fundadores do Bloco, em cartaz na Casa Baixo Augusta, a partir do dia 21 de fevereiro. Ao longo desse mês de fevereiro, acontece o Festival Baixo Augusta, com uma programação de ensaios e festas em parceria com alguns dos blocos mais atuantes da cidade.
Lançamento do livro “Baixo Augusta: a cidade é nossa”, de Alê Youssef
Data: 21 de fevereiro (quinta-feira)
Horário: a partir das 19h
Local: R. Rêgo Freitas, 553 – República – São Paulo