Rosane Malta, ex-mulher de Fernando Collor de Melo, lançará no próximo dia 4 de dezembro, em Maceió (AL), uma autobiografia em que discorre sobre o período de ascensão e queda do ex-presidente. Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, ela revelou algumas histórias da obra.

Entre as temáticas do intitulado “Tudo o que Vi e Vivi”, da editora Leya, estão os rituais do que chama de “magia negra”, que envolvia sacrifícios de animais. Ela descreve o “trabalho” que teria sido encomendado a uma mãe de santo alagoana para que o apresentador Silvio Santos não fosse concorrente de Collor na disputa à Presidência nas eleições de 1989.

Silvio Santos tentou se candidatar à Presidência pelo Partido Municipalista Brasileiro (PMB), mas poucos dias antes da eleição foi constatado que seu registro tinha irregularidades e a candidatura foi impugnada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Collor e Rosane ficaram casados durante 22 anos e tiveram uma separação conturbada. Por ter casado em regime de separação total de bens, ela não teve direito ao patrimônio do político. No primeiro capítulo do livro, a ex-primeira-dama descreve a cena na qual ela e o ex-presidente descem de mãos dadas a rampa do Palácio do Planalto no dia 2 de outubro de 1992, quando Collor foi afastado Presidência até que o Senado concluísse o processo de impeachment.

Os advogados de Collor dizem que ainda não se manifestarão sobre o conteúdo da obra. A cunhada, entretanto, Thereza, casada com Pedro Collor, pivô das acusações que levaram à perda do mandato presidencial, diz que Rosane é “desacreditada e terá de provar na Justiça o que escreveu”.

“Não tenho medo de processo. Falei o que eu vi e vivi. Posso garantir que fui branda. Tem muitas coisas que ainda não contei”, disse Rosane, ao acrescentar que pretende escrever um segundo livro.