A obra consolidada e sua influência na atualidade: Mário de Andrade ontem e hoje, 70 anos após sua morte, numa abordagem direta e transversal. O escritor homenageado na 13ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que este ano ocorre entre os dias 1º e 5 de julho, na cidade de Paraty, na Costa Verde fluminense será lembrado com uma programação diversificada que vai além da organização oficial da festa. Uma das atrações do Centro Cultural Sesc Paraty será o documentário Missão de Pesquisas Folclóricas e Etnográficas, uma seleção audiovisual sobre as manifestações culturais populares no Norte e Nordeste brasileiros, feito sob coordenação de Andrade quando ele foi chefe do Departamento de Cultura da cidade de São Paulo.

A gerente do Centro Cultural Sesc Paraty, Lisyane Wanderley, explica que os trabalhos apresentados durante a Flip fazem parte dos projetos nacionais da instituição, mas tangenciam o tema Mário de Andrade. “A nossa programação de cinema será o documentário que ele fez a partir das expedições que promoveu no país, essa pesquisa que ele teve em cultura popular. Em alguns momentos nós temos ações que falam [de Mário de Andrade], mas não necessariamente. É um painel de tudo o que a gente produz em cultura e arte no país, que é uma das vertentes das ações do Sesc”.

Com entrada gratuita, o Sesc promove exposições de arte, peças teatrais e debates com escritores. Entre as atrações estão a peça Cordel Clownesco do Romeu e Julieta, do grupo Caravan Maschera (SP); a intervenção Polvos Poéticos, do Grupo Sensus (SP); a exposição Linhas, Trançados e Cores no Reino de Gilvan Samico, com xilogravuras baseadas na cultura nordestina; e o espetáculo Mário de Andrade conta Macunaíma, com Pascoal da Conceição (SP).

A parte literária da programação conta com a vencedora do Prêmio Sesc de Literatura 2014, Débora Ferraz, que debate com Carol Bensimon e João Anzanello Carrascoza as viagens literárias e a construção de personagens; o vencedor da primeira edição do projeto Residência Literária do Sesc, Ronaldo Bressane, que vai falar sobre mobilidade literária; uma conversa sobre estética e técnicas de imagem com Roger Mello, Lourenço Mutarelli e Joana Cesar; e a Poesia Eletrônica será debatida por André Vallias e José Paes de Lira.

Lisyane lembra que o Sesc começou a levar atividades para a Flip em 2007, com programação em locais alugados. Em 2012 foi adquirido um casarão da década de 40 para a implantação da sede do Centro Cultural Sesc Paraty, que será apresentado para o público durante a festa literária desde ano.

“Nós compramos uma sede que já tinha passado por algumas intervenções de uso da comunidade. Nós resgatamos o traçado original desse casarão, na forma como a pesquisa histórica apontou”. A gente trouxe as características originais desse casarão, com o projeto técnico, organizado por profissionais do Sesc, estudiosos, técnicos da área de cultura, e agora a gente esta concluindo essa reforma, é um prédio tombado [como patrimônio histórico].

O local está em fase final de obras e será aberto para o público da Flip com algumas intervenções artísticas e a visita da parte arquitetônica, mas sem uma inauguração oficial, que ainda não tem data marcada. A programação completa do Sesc na Flip pode ser conferida na internet.

*Com informações da Agência Brasil