Apenas após a terceira música, “Incomplete”, a formalidade e o gelo inicial foram quebrados. Nick apresentou-se como o primeiro a dar boas vindas a todos. “Vocês parecem absolutamente lindas e sexys esta noite. Vocês sabiam que o Rio é o lugar favorito dos Backstreet Boys no mundo? Nós amamos aqui. Vocês são todos muito loucos”, disse o cantor, pedindo para os presentes agirem como se tivessem 15 anos, idade que muitos admiradores tinham quando eles surgiram.
Kevin comentou o quanto era bom estar de voltar ao Brasil. Ele, que havia saído do grupo e retornou em 2012, não tinha vindo à quarta visita deles ao país, em fevereiro de 2011. “Os fãs brasileiros são os mais apaixonados no mundo”, declarou, lembrando a ocasião, em 2001, quando o ônibus da banda foi cercado por um mar de 40 mil pessoas na porta de um hotel no Rio. “Nunca vamos esquecer aquilo”, afirmou.
Eles cantaram no último sábado, 6 de junho, no Recife e passarão ainda por Belo Horizonte em 9 de junho, voltam ao Rio no dia 11, chegam a São Paulo para os shows nos dias 12, 13 e 14 e se encerram a passagem pelo Brasil em Porto Alegre, no dia 14 de junho.
Como foi o show em si?
Comparada a outras turnês deles, a “In a world like this” (que está há dois anos na estrada) é uma produção de pequeno porte. Nada de dançarinas ou banda aparecendo. Apenas os Backstreet Boys, uma grande escada e um telão estão no palco por duas horas de músicas. Eles se apresentaram com uma base pré-gravada de instrumentais. Nada que ofuscasse sua potência vocal ao vivo, qualidade facilmente notada. O espetáculo traz elementos antigos e novos, tais as versões remixes de grandes hits e as coreografias originais, dando a impressão que está se assistindo a uma apresentação deles de muitos anos atrás.
No repertório do show constam 13 singles e 6 músicas do CD que dá nome à turnê, além de outras de discos anteriores. Era possível ouvir alguns pessoas comentarem “Que música é essa?”, quando o quinteto interpretava canções mais recentes, como “Permanent Stain”, “Breathe” e “Love Somebody”. AJ chegou a perguntar quantos ali tinham o novo CD, mas apenas certos grupos responderam. Muitos foram ali curtir o trabalho de forma geral e relembrar seus tempos de jovens, por não conhecerem os álbuns mais novos. 14 meninas estiveram juntos a eles no palco durante o bloco acústico. Em clima calmo, eles cantaram quatro músicas com violões, teclado, um cajón e aproveitaram para conversar muito com o público.
No camarim do Citibank Hall nessa segunda-feira, 8 de junho, Brian (à frente) e Kevin posam com o primeiro figurino do show da turnê, antes do show começar (Foto: Reprodução)
Os nem tão garotos assim (o mais novo, Nick, tem 35 e Kevin, com 43) mostram como a maturidade chegou ao palco também. Seguros, soltos, brincavam entre si e mostravam que as mais de duas décadas de carreira não estremeceram as relações entre eles, apesar de qualquer briga rotineira. A idade pode ser percebida pelo vigor das danças: não tão enérgicas como antes, mas sendo bem executadas. Um vídeo de divulgação do filme do grupo, “Backstreet Boys: Show ‘Em What You’re Made Of”, lançado este ano, apresenta duas informações que dão uma dimensão do alcance deles: “A boy band de maior vendagem” e “130 milhões de discos vendidos”.
Os pontos altos da apresentação foram Brian e suas brincadeiras (ele estava muito inspirado, até andou a passarela que havia no palco de ponta-cabeça), Kevin de volta ao quinteto e no Brasil, Howie mais presente e de frente nas apresentações. AJ mostrando uma canga com uma imagem do Cristo Redentor e vestindo uma roupa de jogador de basquete com as cores verde e amarela. E Nick sensualizando em quase todas as músicas e falando uma palavra em português a qual o mais jovem dos cinco repetiu animadamente e parece ter gostado de aprender: “bunda”. E as muitos elogios feitos ao povo do Brasil.
A relação com os fãs brasileiros
Do lançamento do primeiro single, “We’ve got it goin’ on”, há 20 anos, até hoje, muita coisa mudou na vida dos meninos e de suas admiradoras (brasileiras) também. Atualmente, todos eles são casados e quatro deles (AJ, Brian, Howie e Kevin) já são pais. Grande parte de seus admiradores, que os acompanham esse tempo todo, também cresceram e são pais e mães adultos, fato inclusive citado por Kevin no show.
Inclusive, o número de mulheres grávidas pulando e cantando no show do Rio era enorme. Agora se você acha que só porque os fãs não são mais adolescentes isso os impede de ir aos shows, muito pelo contrário. Uma prova disso são vários dos oito shows brasileiros com ingressos esgotados (Apenas os de BH e POA ainda tinha ingressos à venda na manhã da segunda-feira, 8 de junho). A paixão pela boy-band continua grande.
Que o diga Juliana Matielli, de 29 anos, seguidora deles desde 1998. Ela continua gostando e acompanhando as notícias e eles ainda a emocionam. “Não tinha dinheiro para o ingresso e uma amiga pagou minha entrada. Meu filho vai ficar com outra amiga para eu poder ir”, ela conta ansiosa, explicando que o bebê faz aniversário de um ano no mesmo dia do 1º show dos BSB no Rio, então ela só vai vê-los no dia 11.
Os Backstreet Boys podem não ser mais a banda que figura entre as grandes estrelas que reinam nos charts e ranking de vendas de álbuns, como foram há 15 anos. Mas terão sempre seus admiradores, prontos a prestigiá-los e fazer o que for para estar perto deles. Eles estavam ali, fazendo seu trabalho: realizando o sonho de vários pessoas, ansiosas há muitos anos para vê-los e revê-los.
Confira o repertório da turnê “In a World Like This”
- The Call
- Don’t Want You Back
- Incomplete
- Permanent Stain
- All I Have to Give
- As Long as You Love Me
- Show ‘Em (What You’re Made Of)
- Show Me the Meaning of Being Lonely
- Breathe
- I’ll Never Break Your Heart
- We’ve Got It Goin’ On
- Bloco Acústico: Drowning – 10,000 Promises – Madeleine – Quit Playing Games (With My Heart)
- The One
- Love Somebody
- Shape of My Heart
- In a World Like This
- I Want It That Way
- Bis 1: Everybody (Backstreet’s Back)
- Bis 2: Larger Than Life