Xamã lançou, na quinta-feira (29), seu quarto álbum de estúdio, intitulado “Fragmentado“. O projeto reúne 25 faixas e apresenta colaborações com artistas consagrados e novos nomes da música brasileira. Segundo Xamã, o trabalho é “uma mistura de tudo que eu amo. Música urbana, música que toca nas ruas”.
O álbum sucede “Zodíaco” (2020) e marca cinco anos desde o projeto anterior. Durante esse período, Xamã acumulou prêmios, incluindo um Grammy Latino em 2024, e destacou-se também como ator em produções como “Renascer” e “Justiça 2”. Com “Fragmentado”, ele retorna ao estúdio para explorar novos caminhos musicais, desafiando rótulos e misturando gêneros.
O conceito do álbum ‘Fragmentado’
“Fragmentado” combina hip hop, MPB, rock e ritmos brasileiros em um retrato íntimo da trajetória pessoal e artística de Xamã. Dividido em três blocos temáticos, o álbum aborda temas como família, ancestralidade, espiritualidade e cinema. A capa, criada por Lucas Nogueira, reforça esse conceito, usando retratos cortados e colados manualmente para simbolizar a identidade multifacetada do artista.
Além disso, a escolha do preto e branco na arte visual foi uma provocação. Segundo Lucas, “em um mundo cada vez mais digital, a escolha pelo preto e branco é um retorno à origem, mas também um ponto de partida para o novo”.
Colaborações de peso no projeto
Entre os convidados, estão nomes como Milton Nascimento, Adriana Calcanhotto, Criolo e Black Alien, além de representantes da nova geração, como Liniker, BK, Duquesa, Victor Xamã, Major RD, Flora Matos e Agnes Nunes. A atriz Sophie Charlotte também participa, ampliando os diálogos entre música e outras expressões artísticas.
Xamã comentou que muitas das músicas foram guardadas desde a época do “Zodíaco”. Ele afirmou: “O ‘Fragmentado’ é uma conclusão de 2020 pra 2025, é tudo que eu guardei na gaveta e vamos lançar agora”.
Destaques faixa a faixa
O álbum abre com uma faixa solene, que mistura coral, cultura pop e identidade urbana. Em “Dualidade”, Xamã explora contradições pessoais, enquanto “Retalhos” mistura ironia, crítica e memórias. Já em “Coisa de Pele”, com Duquesa, ele apresenta uma narrativa íntima e intensa.
Em “Liniker”, o rapper mistura rap e soul em uma atmosfera de madrugada carioca. “Basquiat” traz referências à cultura negra e urbana, enquanto “Esquadros 2” conta com Adriana Calcanhotto revisitando o clássico “Esquadros”. Outra faixa, “Belchior”, mistura MPB e vulnerabilidade, com produção minimalista.
Amplitude de sons e temas
O disco também inclui colaborações como “Just Love”, com Agnes Nunes, que mistura R&B e MPB minimalista, e “Aeromoça”, com Flora Matos, trazendo um flerte dançante entre trap, funk e rap. Em “GTA”, Xamã explora a vida periférica com letras cruas e diretas, enquanto “Mosaico” destaca resistência e orgulho das raízes.
Faixas como “Motel Bates” misturam rap, rock e drill, enquanto “Take a Vision” aposta no lirismo romântico. “Complexo” e “95’S” abordam cotidianos urbanos, e “Anjo da Madrugada”, com BK, traz poesia de rua e referências culturais.
Encerramento simbólico
O álbum termina com “Poeta Fora da Lei”, que reúne Criolo, Dino D’Santiago e Milton Nascimento, criando um encerramento potente e lírico. Essa faixa atravessa gerações, geografias e gêneros, consolidando “Fragmentado” como um projeto ambicioso e multifacetado.
Segundo Xamã, o álbum transforma cicatrizes, memórias e paixões em arte. Ele reforça a ideia de que a música no Brasil não é limitada a um único estilo e que a diversidade cultural é parte fundamental de sua obra.
“Fragmentado” está disponível nas principais plataformas de música. O projeto posiciona Xamã como um dos artistas mais versáteis da música e cultura brasileira contemporânea.
