'Alice Mandou um Beijo' volta aos palcos em janeiro no teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio (Foto: Danilo Sabino)
'Alice Mandou um Beijo' volta aos palcos em janeiro no teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio (Foto: Danilo Sabino)

O espetáculo “Alice Mandou um Beijo”, escrito e dirigido por Rodrigo Portella (também diretor de “Tom na Fazenda”), volta aos palcos do Rio de Janeiro em 17 de janeiro para curta temporada no Glauce Rocha, no Centro, com apresentações as quartas e quintas, às 19h, até 8 de fevereiro.

Indicada ao prêmio Cesgranrio e Botequim Cultural de Melhor Texto Inédito, a peça é um resgate das memórias de infância do autor, nascido e criado no município de Três Rios, no Centro-Sul Fluminense. No palco, Luan Vieira, Marcos Ácher, Ricardo Gonçalves, Suzana Nascimento e Vivian Sobrino vivem uma família que, após a morte da filha caçula, se vê diante de uma inesperada instabilidade em seu convívio. Uma série de acontecimentos revela a fragilidade das relações que se estabeleceram durante toda uma vida dentro de uma casa.

'Alice Mandou um Beijo' volta aos palcos em janeiro no teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio (Foto: Danilo Sabino)
‘Alice Mandou um Beijo’ volta aos palcos em janeiro no teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio (Foto: Danilo Sabino)

“Quando eu era criança, minha mãe era só a minha mãe. Toda aquela família encharcada de tios e primos de variados graus parecia, aos meus olhos, tipos bem definidos: o tio bonachão, o primo esperto, a avó afetuosa, o pai que me roubava a mãe às madrugadas, o irmão que era o meu avesso, o padrinho e seus extraordinários presentes de aniversário, a prima a quem todos os primos fingiam namorar… Tudo parecia estável, eterno e definitivo. Só mais tarde, bem mais tarde mesmo, fui perceber que aquelas pessoas eram muito mais complexas. Me dei conta que o que eu enxergava antes era só uma pontinha de um volumoso e assustador iceberg. Alice Mandou um Beijo é um resgate ficcional das minhas memórias de infância. Acredito, que só agora, aos 40 anos, é que começo a entender que o sentido de humanidade está potencialmente relacionado à palavra contradição”, reflete Rodrigo Portella.

Quando a peça começa, Alice já está morta. O público não a conhece pelo que ela é, mas pelo que descrevem dela. Paradoxalmente, Alice está viva dentro da casa. Todos falam dela todo o tempo, vestem suas roupas, executam suas tarefas, tentam assumir o seu lugar. O eixo dramático está nas delicadas decisões dos personagens diante da ‘ausência’ de Alice, uma espécie de representação da coerência familiar. Alice é quem dava sentido àquela convivência. Diante de sua morte, as relações se refazem, se transformam instáveis e até mesmo impossíveis.

A respeito da encenação, que Rodrigo divide com o diretor Léo Marvet, pode-se dizer que o essencial continua sendo a mais importante ferramenta estética da Cia Cortejo. A simplicidade da encenação reforça o interesse da companhia em apostar no encontro honesto entre ator e espectador.

'Alice Mandou um Beijo' volta aos palcos em janeiro no teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio (Foto: Danilo Sabino)
‘Alice Mandou um Beijo’ volta aos palcos em janeiro no teatro Glauce Rocha, no Centro do Rio (Foto: Danilo Sabino)

“Alice Mandou um Beijo”

Temporada: de 17 de janeiro a 8 de fevereiro
Horários: quartas e quintas, às 19h
Local: Teatro Glauce Rocha – Av. Rio Branco, 179 – Centro – Rio de Janeiro/RJ
Informações: (21) 2220 0259
Ingressos: R$15,00 (meia) e R$30,00 (inteira)
Duração: 75 minutos
Classificação: 16 anos