A companhia de dança Reação em Cadeira (R.E.C.) começa, a partir deste sábado, 9 de maio, sua temporada dos teatros do Rio com o espetáculo “Bô”. As apresentações acontecem nos dias 9, 10, 15, 16 e 17 de maio na Arena Dicró, na Penha. Já nos dias 22, 23 e 24 de maio, o grupo mostra sua arte no Teatro Angel Vianna, no Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, na Tijuca. Estão previstas mais apresentações tanto na Zona Sul como no Centro do Rio, com data ainda a serem definidas. Os preços são populares.
“Bô” – quer dizer “você” ou “tu” na língua crioula cabo verdiana. E esta influência africana marca presença na movimentação dos dançarinos por meio da capoeira e das batucadeiras de Cabo Verde na música utilizada. Porém, não são as únicas intervenções que se integram à alma do que é ali mostrado, como explica a coreógrafa Alice Ripoll.
Outro universo que atua na composição da sequência de movimentos de “Bô” é do filme “Solaris”, de 1972, do cineasta russo Tarkovski. “Neste filme são traçados paralelos entre estados de consciência, realidade dos fenômenos psíquicos como a memória, e um planeta desconhecido”, descreve Alice. A essência da trama está em incorporações velozes, estados fugazes e fragmentos da memória, que remetem ao individualismo, presente no nome do trabalho.
Espetáculo “Bô” da Cia. R.E.C. – Reação em Cadeia (Foto: Reprodução)Cinco dançarinos realizam movimentos súbitos e encontros (trombadas e colisões) inusitados. Para completar a rede de significados propostos para “Bô”, vale ressaltar que ainda há inspirações em ações do universo como órbitas, magnetismo, forças de atração e repulsa entre corpos, gravidade. Tudo feito na base do improviso. Esses fenômenos podem ser notados nesses tais encontros entre os participantes, o que causa um clima de intensidade, mas que, simultaneamente, reflete algo cômico e frágil.
Alan Ferreira, Alex Tavares, Leandro Coala, Liuz LA e Rômulo Galvão e Alice Ripolli, que também assina a direção, se conheceram em 2009 nos encontros de dança em uma ONG carioca. E, segundo ela, a prática de improvisar está nas raízes da equipe. “O trabalho com estados de improviso também é uma retomada as origens do grupo, pois a primeira linguagem de movimento dos bailarinos foi o hip-hop, onde tem muito improviso na dança e na música”, conclui a coreógrafa.
“BÔ”
Temporada: dias 9, 10, 15, 16 e 17 de maio
Local: Arena Carioca Dicró – Rua Flora Lobo – Penha Circular
Horários: sextas e sábados às 20h e domingos às 18h
Ingressos: R$ 2,00
Duração: 50 minutos
Classificação: 10 anos
Temporada: dias 22, 23 e 24 de maio
Horários: sextas e sábados às 20h e domingos às 18h
Local: Teatro Angel Vianna – Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro – Rua José Higino, 115 – Tijuca
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)