‘Ilhada em Mim – Sylvia Plath’ entra em cartaz em maio na Zona Sul do Rio

Temporada acontece de 3 de maio a 10 de junho de 2018 no Teatro Poeira, em Botafogo, no Rio

Cia paulistana Estúdio Lusco-Fusco traz para o Rio o espetáculo "Ilhada em Mim - Sylvia Plath" (Foto: Kleyton Guilherme)
Cia paulistana Estúdio Lusco-Fusco traz para o Rio o espetáculo "Ilhada em Mim - Sylvia Plath" (Foto: Kleyton Guilherme)

A Cia Estúdio Lusco-Fusco apresenta “Ilhada em mim – Sylvia Plath” a partir de 3 de maio no Teatro Poeira, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, com sessões de quinta a sábado, às 21h, e aos domingos, às 19h.

O espetáculo, que já foi apresentado em cidades como São Paulo, Santos, Recife, Belo Horizonte, Tiradentes e Londrina faz agora sua primeira temporada no Rio de Janeiro após duas concorridas apresentações na cidade durante o Festival Cena Brasil Internacional em 2015. A partir de 20 de junho, o grupo paulistano também apresentará no Rio o seu mais recente espetáculo, “Tchekhov é um Cogumelo”, em temporada no Centro Cultural Banco do Brasil.

Com direção e cenografia de André Guerreiro Lopes e dramaturgia de Gabriela Mellão, a partir da obra de Sylvia Plath, o espetáculo foi sucesso de crítica e público em São Paulo, onde foi indicado ao Prêmio APCA de Melhor Direção (Associação Paulista de Críticos de Arte).

No palco, a atriz Djin Sganzerla vive Sylvia Plath e André Guerreiro Lopes interpreta o poeta Ted Hughes em um espaço cênico de forte simbologia visual: o cenário, concebido pelo diretor, é composto por um espelho d’água, onde o mobiliário e os atores vão aos poucos submergindo. Objetos congelados relacionados à vida de Sylvia – como livros, sapatos e um telefone – vão degelando lentamente durante a apresentação. O elemento água é a metáfora articuladora de toda a encenação, em diálogo simbólico com os estados mentais da personagem.

Para o diretor e ator André Guerreiro Lopes, a força poética e revolucionária da poeta, seus tormentos internos, o conflito com as convenções sociais dos anos 50 e a relação de amor obsessivo com o poeta Ted Hughes são abordados no espetáculo em um registro que se distancia do realismo e da linearidade. “Mais do que narrar a vida de Sylvia Plath, busquei transpor poeticamente para o palco seu universo único, paradoxal, vanguardista, cheio de contrastes e extremos, criando um poema cênico. Todos os elementos trabalham de forma integrada – a atuação, a simbologia visual, os sons, a luz, as palavras e o movimento preciso dos atores – criando um ambiente de imersão sensorial em que a imaginação e sensibilidade do espectador são convidadas a participar do jogo.”, descreve.

A montagem pretende ser fiel a poética de Sylvia com sua ferocidade e ironia. “Incorporo na encenação elementos da sua obra, como o surrealismo tenso, a energia condensada e ironia feroz. Há um mistério entorno da persona artística de Sylvia que o espetáculo não pretende solucionar, mas compartilhar. Utilizamos todos os elementos possíveis para criar uma atmosfera de suspensão e perigo em cena”, completa André.

Para a atriz Djin Sganzerla, “representar Sylvia Plath no palco é uma mistura de muito prazer com desafio. Passo por muitos estados físicos e emocionais na peça, acho que parte da riqueza da montagem também está nisso, o público se depara com a complexidade humana desta mulher. Nesta montagem, Sylvia é uma brasa de vulcão que anda sobre as águas… Carregando o mar em sua alma, com olhar infinito. Uma mulher decidida, frágil, intensa, que pode ser infantil, capaz de escrever uma obra absolutamente genial três meses antes de sua morte, o livro Ariel”.

Os figurinos assinados pelo estilista Fause Haten também vão se desintegrando conforme o espetáculo avança. “Pensei em uma Sylvia Plath que aparece, se constrói e desconstrói aos olhos da plateia. Ela é revelada, revela-se, vai se despindo e escorre pelo palco. Perde as cores e se veste de todas as cores”, define o estilista.

A trilha original do espetáculo é especialmente composta pelo premiado músico Gregory Slivar, colaborador da Cia. Estúdio Lusco-fusco em diversos trabalhos.

Cia paulistana Estúdio Lusco-Fusco traz para o Rio o espetáculo 'Ilhada em Mim - Sylvia Plath'
Cia paulistana Estúdio Lusco-Fusco traz para o Rio o espetáculo ‘Ilhada em Mim – Sylvia Plath’

“Ilhada em Mim – Sylvia Plath”

Temporada: de 3 de maio a 10 de junho de 2018
Horários: quintas a sábados, às 21h e domingos, às 19h
Local: Teatro Poeira – Rua São João Batista, 104, Botafogo – Rio de Janeiro/RJ
Ingressos: R$60,00 (inteira) e R$30,00 (meia).
Lotação: 130 pessoas
Duração: 1h
Classificação: 14 anos
Informações: (21) 2537-8053
Funcionamento da bilheteria: 3ª a sábado, das 15h às 21h e domingo, das 15h às 19h