‘Há 20 anos tento equilibrar a atriz com a apresentadora’, diz Regina Casé

Regina Casé ama ser atriz. E mesmo sem ser essa a sua principal atuação nos últimos 20 anos, sempre que perguntada, a artista tem orgulho em dizer que é a sua profissão. “Nesses 20 anos, não consegui trazer a atriz de volta, mas sempre que faço planos para o próximo ano tento equilibrar melhor a atriz com a apresentadora”, revela em entrevista ao programa “Ofício em Cena”, da GloboNews. Durante a entrevista, Casé ainda explicou o que a fez apresentar mais e atuar menos. “Viajo o Brasil inteiro, ouço essa música, vejo o que está sendo produzido culturalmente e não via isso na TV, no teatro ou no cinema. E isso foi me movendo, me senti obrigada a fazer isso”.

Oficio em cena com Regina Case e Bianca Ramoneda

Filha do diretor Geraldo Casé e neta do primeiro apresentador brasileiro de rádio, Ademar Casé, Regina tem uma sólida carreira como atriz. Começou no teatro, fez mais de 20 filmes no cinema – praticamente um por ano na década de 80 – e programas de sucesso na TV, como “TV Pirata”. Está em cartaz atualmente nos cinemas com o sucesso “Que Horas Ela Volta?“, escolhido para representar o Brasil no Oscar 2016. Regina fala desse trabalho com muito carinho.

Oficio em cena com Regina Case e Bianca Ramoneda

“Percebi que o filme era uma oportunidade de retribuir o que recebi de todas as Vals que passaram pela minha vida”, conta a atriz que se inspirou em no mínimo duas mil pessoas, entre homens e mulheres, para dar vida à pernambucana Val, que se muda para São Paulo com o objetivo de dar à filha uma condição de vida melhor. Ela conta qual foi a sua primeira impressão ao ler o roteiro do filme: “Eu conheço muito essa pessoa. Que chance teria de expressar tudo o que observei ao longo da vida, cada gesto, cada olhar, cada sentimento, cada emoção… provavelmente ia morrer levando tudo isso”.

Oficio em cena com Regina Case

Na entrevista Regina fala ainda que faz questão de colaborar, como atriz, em um trabalho. “Eu acho melhor assim: argumentar, discutir, chegar a um meio termo. Dá mais trabalho, mas resulta em coisas muito melhores.” E cita como exemplo a cena da piscina do filme “Que Horas Ela Volta?”, uma exigência da diretora Anna Muylaert, que ela não queria fazer de jeito nenhum. “Meu conselho aos atores de televisão, cinema e teatro é: deixem a sua vida se misturar com a sua carreira. Meu filho vai ao “Esquenta” toda semana. Sabe o que acontece com ele? Com dois anos e meio, ele sabe as músicas do Arlindo, toca tambor, tamborim… quando ele ia aprender isso na escola?”, reflete.

Oficio em cena com Regina Case e Bianca Ramoneda