João Pedro Rufino, conhecido mais como JP Rufino, começou sua carreira na TV Globo em “Além do Horizonte” e logo seguiu para a novela de Daniel Ortiz, “Alto Astral“, onde interpretou Azeitona, um menino espevitado. Além de inúmeros prêmios, o ator mirim participou com sucesso da edição de 2015 da “Dancinha dos Famosos” na mesma emissora.
Aos 12 anos, o jovem deu vida ao ícone da música negra Wilson Simonal na fase de infância do cantor na peça “S’imbora: O musical”. O espetáculo, que está rodando pelo país, tem texto de Nelson Motta e Patrícia Andrade e direção de Pedro Brício.
Também filho de um músico (seu pai é o Sérgio Rufino do grupo Revelação), JP já estudou bateria, teatro, canto e sapateado, aprendeu a tocar pandeiro e tamborim, experiência sobre a qual comenta: “a música está no meu DNA”, e na vida artística mostra que já encontrou seu lugar “Se você quer isso, se for de sua vontade, siga sua própria escolha! Porque só elas são capazes de nos realizar”, definiu.
Almanaque da cultura: Como funciona o processo de formação de seus personagens?
JP Rufino: Eu procuro entender o personagem. Estudar sobre ele, ver sobre ele, para poder entrar nele e transmitir isso de forma real para o público. No musical do Simonal eu estudei muito mesmo sobre ele, vi fotos, vídeos, musicas. Já o Azeitona de eu tentei estudar sobre a história dele para poder transmitir quem ele é. O importante é tentar entender sobre quem é o personagem, aí eu crio sobre o que eu descobri sobre ele, para fazer um trabalho bem feito. Eu ensaio sozinho mesmo, ou na frente do espelho, depende. Obvio que tem as dicas da direção, do que eles querem do personagem para fazer um trabalho bem feito.
Almanaque da cultura: Seu pai é musico, ele já trabalha na área artística, isso te influenciou de alguma forma?
JP Rufino: A música está no meu DNA. Mas com certeza me influenciou, mesmo sendo areas diferentes. Aprendi com meus pais que a gente deve seguir nossos próprios caminhos, nossas próprias escolhas.
Almanaque da cultura: O que você pensa sobre o Dia da Consciência Negra? Como você vê a comemoração dessa data?
JP Rufino: Eu acho importantíssima uma data como esta. Por que as pessoas precisam entender que não somos diferentes por causa da cor da pele. Eu acho que cada um é cada um, todo ser humano é capaz, e que todos somos iguais. Ou melhor, a capacidade não está na cor da pele, no cabelo e sim na vontade de realizar!
Almanaque da cultura: Você tem um cabelo diferente, um visual que chama atenção. Já sentiu algum preconceito por passou por algum preconceito por causa disso?
JP Rufino: Não fico reparando nisso não. Mas teve uma vez que um casal na fila do cinema, ficou horrorizado comigo e com meu irmão. Ficou falando do meu cabelo e o do meu irmão. Isso, que agora meu cabelo tá até menor, por causa do meu último personagem o azeitona.
Almanaque da cultura: E como você reagiu?
JP Rufino: Na boa? Eu não me senti mal não! Mas eu sei que existe o preconceito infelizmente. Mas isso não vai mudar minha forma de pensar, de agir nem o meu visual. Não vou deixar de ser eu mesmo por causa disso!
Almanaque da cultura: Que mensagem você deixa para outros atores negros que assim como você sonham em vencer na carreira?
JP Rufino: Se você realmente quer acredite! Com vontade mesmo. Se você quer isso, se for de sua vontade, siga sua própria escolha! Por que só elas são capazes de nos realizar.
Almanaque da cultura: O que você espera da sua carreira? Você vai ser o galã da nova geração?
JP Rufino: Espero continuar tendo oportunidades. Oportunidade de seguir minhas escolhas, minha carreira até por que eu vou ser ator para o resto da minha vida. Como qualquer ator espero poder interpretar diferentes personagens, seja vilão, galã ou cômico, mas que eu seja capaz de representa-los da melhor forma, para que eu consiga o reconhecimento daquilo que eu tanto amo fazer.