Juliana Paes viverá uma diretora executiva da revista de moda “Totalmente Demais“, que leva o mesmo nome da nova novela das sete da TV Globo. O folhetim é escrito por Rosane Svartman e Paulo Halm e tem direção geral de Luiz Henrique Rios. Em conversa com o Almanaque da Cultura, a atriz confessou que não vê sua personagem Carolina como uma vilã e sim como uma mulher que luta pelo que é seu e revelou inspiração em Miranda Priestly, editora de moda no filme “O Diabo Veste Prada”.
Almanaque da Cultura: A Carolina vive um relacionamento meio conturbado com o personagem do Fábio Assunção. Como será isso?
Juliana Paes: O relacionamento dela com o Arthur é meio vai e vem. Ela sempre esbarra nele e tem certeza de que ele pode ser o pai do filho dela. Ela acha isso de fato. Ela tem um sonho de se tornar mãe e ele foge. Não sei se eu posso contar tudo.
Almanaque da Cultura: Você é uma pessoa que praticamente cresceu nesse mundo de glamour. O que a Juliana Paes emprestou para a personagem?
Juliana Paes: A Carolina é uma personagem muito diferente de mim. Eu tenho uma personalidade muito cordial e a Carolina não faz o menor esforço para agradar. Ela vai sorrir quando isso for interessante somente a ela, se ela for conseguir alguma coisa com isso. Normalmente sou uma pessoa sorridente, adoro estar em contato com as pessoas e a personagem é uma mulher que tem um certo distanciamento das pessoas. Então, eu não acho que ela tenha qualquer característica minha, não posso dizer que trouxe isso da Juliana. Ela é diferente demais de mim. Acho que a única coisa que temos em comum é o desejo da maternidade. Eu tive em um certo momento bem fortemente. E ela também.
Almanaque da Cultura: Como está sendo a preparação para encarar sua primeira vilã?
Juliana Paes: Eu não vejo a Carolina como uma vilã. Eu a vejo mesmo como uma antagonista. Vilão é aquele que pratica maldades. Eu não vejo a personagem praticando maldade. Ela não pensa em matar ninguém, e nem acabar com a vida de ninguém. Ela quer cuidar da própria vida. Agora, se alguém atravessar o caminho dela, tudo muda. É o que acontece mais para frente. Quando ela vir que esse príncipe encantado, que ela pensa em ter um filho com ele, se encantando por uma jovem modelo, aí ela bota as garrinhas de fora.
Almanaque da Cultura: O que podemos esperar de “Totalmente Demais”?
Juliana Paes: Podemos esperar uma novela linda, uma novela plasticamente bonita, com personagens bem marcantes. Sem qualquer tipo de estereótipo. Personagens que não são nem bons, nem maus. São figuras da vida real. Uma trama que as pessoas vão se identificar. Quando os personagens estão bem construídos, existe uma identificação. A gente está apostando que as pessoas se identifiquem com esses personagens.
Almanaque da Cultura: É verdade que você se inspirou na Miranda Priestly, do filme “O Diabo Veste Prada”, para construir a sua personagem?
Juliana Paes: Claro que existe uma inspiração no universo desse filme. É possível ver nos cenários. Mas a Carolina tem uma espiral de acontecimentos bem diferente da Miranda do filme. Esse universo tem um pouco do filme, mas as personalidades são bem diferentes.
Almanaque da Cultura: Você disse que a personagem é insegura, né? Você se sente insegura em relação ao seu marido?
Juliana Paes: Eu não falei que ela é insegura. Eu disse que a aparição da personagem da Marina vai mexer um pouco com ela. Ela vai ficar incomodada sim. Com essa aproximação de Eliza (Marina Ruy Barbosa) e Arthur (Fábio Assunção), a Carolina vai ficar bem irritada.
Almanaque da Cultura: A novela “Celebridade” comemorou 12 anos. Qual a representação dela em sua carreira?
Juliana Paes: Foi uma novela que me deu uma grande projeção. Tenho um carinho enorme.
Almanaque da Cultura: Após “Gabriela”, “Meu Pedacinho de Chão” e “Dois Irmãos”, você volta à TV diferente?
Juliana Paes: De fato voltei diferente, porque ter feito esses dois últimos trabalhos foram processos mais artesanais, de composição de personagens. Antes disso, eu tinha vivido Gabriela. São personagens de época que acabei me dando conta que vivi. Essa mulher contemporânea tinha tempo que eu não fazia. Para mim foi um pouco interessante, chocante. Fazia um tempo que eu não me via assim, como uma mulher atual, uma mulher desse tempo e acho que foi bom. Eu volto sim com um pouco mais de maturidade e com um pouco mais de entendimento sobre como o ator pode fazer televisão de várias maneiras.
Almanaque da Cultura: O que você considera totalmente demais?
Juliana Paes: Ai, caramba! Para mim, totalmente demais é sorrir.
Almanaque da Cultura: Esse ano foi muito corrido para você. Gravou série e se dedicou às gravações da novela. Como você concilia isso tudo com a maternidade?
Juliana Paes: Essa vida que todo mundo acha que é um glamour só não é só isso. A gente fica muito angustiada. A gente sempre deixa de fazer alguma coisa. Sempre fica algo no meio do caminho e no final dá tudo certo.
Almanaque da Cultura: Você gravou na Austrália. Como foi passar esses dias longe dos meninos?
Juliana Paes: A tecnologia tem seus pontos negativos, mas você falar no Skype é um ponto positivo. A gente matou saudade através desse meio e foi incrível. Mas o começo de gravação é tão intenso também. Foi bom eu ter podido ficar esse tempo longe de casa e gravar as primeiras cenas na Austrália sem a presença das crianças, porque me deu um respiro. Foi bom!