Juliano Cazarré, que dará vida ao cantor de funk, Merlô, em “A Regra do Jogo“, conversou com o Almanaque da Cultura e confessou que está adorando atuar ao lado de Susana Vieira. “Ela é uma figura! Toda hora estamos conversando. Ela fala dos cachorros dela, conta da vida dela. Ela é uma força. Eu fico muito atento para sempre aprender. Sem dúvida nenhuma, que quem dá o ritmo das cenas naquele núcleo é sempre a Susana. Estou ali para contribuir com a Susana e para aprender e crescer como ator”, relatou.
Almanaque da Cultura: Como está sendo interpretar um funkeiro que vive em uma comunidade? Qual é a sua relação com essas pessoas?
Juliano Cazarré: É uma relação de respeito total. Mesmo não morando em comunidade. Eu respeito essa galera que vive lá. O funk é uma musica que não toca no meu carro, na minha casa. Mas, quando eu estou na rua em uma festa e tal. Sempre acho gostoso dançar esse ritmo. Eu tenho o maior respeito pelo funk, assim como tenho o maior respeito pelas comunidades. Tenho certeza que os funkeiros são a realidade cultural do Rio de Janeiro. Estou tentando retratar tudo isso da maneira mais carinhosa possível. Eu quero que a galera das comunidades vejam no Merlô um representante deles. Que eles digam: “esse cara entendeu a nossa onda”. É isso.
Almanaque da Cultura: Como foi o laboratório para criar esse personagem?
Juliano Cazarré: Eu tive uma preparação especial sim. Eu fui a vários bailes e visitei comunidades. Fiz aula de canto, de dança, pesquisei funk na internet, muita coisa também eu coloquei o que eu já vi na vida, né? Em Brasília, onde eu morava, já tinha funk e a meninada adorava.
Almanaque da Cultura: Você é um cara que dança até o chão?
Juliano Cazarré: Não! Eu descia até o chão na adolescência (risos). E, estou resgatando isso agora.
Almanaque da Cultura: Você é um cara que se veste bem. Como é vestir uma roupa de funkeiro?
Juliano Cazarré: Estou saindo da minha zona de conforto. Na verdade, eu acho que o Merlô é um presente. E, a carreira do ator é algo incrível. Pois, podemos viver várias vidas em uma vida só. Então, para mim, é muito divertido interpretar esse cara. É sempre muito bom fazer um personagem diferente de você. Merlô fica o tempo inteiro sem camisa. Uma outra sensualidade. Completamente diferente da minha vida. Mas, não é nada que me incomoda. Muito pelo contrario, eu acho muita graça. Me divirto bastante. Estou me divertindo fazendo.
Almanaque da Cultura: Você brinca muito em cena?
Juliano Cazarré: Eu e todo mundo! Susana Vieira se acaba de rir em cena. O clima nos bastidores está sendo sensacional. Está todo mundo brincando o tempo inteiro. Estamos trabalhando feliz. E, isso influencia bastante no produto final.
Almanaque da Cultura: Como está sendo essa troca com a Susana Vieira?
Juliano Cazarré: Está sendo muito legal! A gente se dá bem em cena e fora de cena. Ela é uma figura! Toda hora estamos conversando. Ela fala dos cachorros dela, conta da vida dela. Ela é uma força. Eu fico muito atento para sempre aprender. Sem dúvida nenhuma, que quem dá o ritmo das cenas naquele núcleo é sempre a Susana. Estou ali para contribuir com a Susana e para aprender e crescer como ator.
Almanaque da Cultura: Como é trabalhar novamente om o João Emanuel Carneiro e com a Amora Mauther?
Juliano Cazarré: Eu gosto de repetir parcerias. Assim, como eu gosto de trabalhar com gente nova. A graça de repetir uma parceria é justamente porque aprofunda mais a relação. E, hoje em dia, eu tenho uma liberdade com eles. Eles me dão muita oportunidade. Isso ajuda muito. Eu sinto que a Amora confia em mim. E, é muito bom trabalhar com alguém que acredita em ti.
Almanaque da Cultura: Você está com o shape perfeito. O que você fez para ficar com esse corpão?
Juliano Cazarré: É tudo mentira! O shape está longe de ser perfeito. É televisão! Não acreditem (risos).
Almanaque da Cultura: E, as coreografias do Merlô?
Juliano Cazarré: A gente está fazendo umas coreografias sim. Estou tendo algumas aulas e tal. Mas, é o que eu falei antes, todo mundo tem tudo dentro de si, em algum lugar adormecido um lado dançarino ou pé de valsa (risos). O ator sempre aprende a acessar esses lugares, a buscar isso. Eu já dancei até o chão na adolescência e milhares de vezes na minha vida. A gente vai ficando velho, vai ficando besta, vai ficando sério. Mas, isso tudo está dentro de mim. Estou só resgatando e me dando a liberdade de fazer isso.
Almanaque da Cultura: Estar sem camisa o tempo inteiro exige mais cuidado?
Juliano Cazarré: Eu estou com o mesmo peso que eu tinha há dez anos. Mas, eu voltei a malhar somente para definir. Estou pegando pesado. Eu ia à academia de vez em quando. Duas vezes na semana. Agora, vou todo dia. Minha relação com o esporte não é uma busca para ter o corpo perfeito. E, sim, para me sentir bem. Eu amo fazer esporte! Pra mim, a melhor hora do meu dia é quando eu estou correndo, surfando e fazendo exercícios. É uma coisa que faço questão de fazer. Me faz bem. Fiz aula de natação dos nove aos vinte um. Se eu não faço esporte, a noite eu não durmo bem. Eu não quero ter o corpo perfeito. Eu só quero manter o meu padrão de vida. Quero estar sempre bem.
Almanaque da Cultura: Você está se depilando?
Juliano Cazarré: Eu estou me depilando por causa das tatuagens. Ele tem uma tatuagem enorme no peito. No inicio, o local ficava muito irritado. Agora, já acostumei. Minha mulher está reclamando. Ela sempre pergunta quando eu vou deixar crescer novamente (risos).
Almanaque da Cultura: E esse cabelo?
Juliano Cazarré: Não mudei nada no cabelo. Só passo um gel. Raspo e mantenho o topete.
Almanaque da Cultura: Você saiu de um personagem denso em “Amor à Vida”. Como é estar interpretando agora um personagem bem divertido?
Juliano Cazarré: Como na novela o processo é muito grande, a gente aprende a sair mais rápido do personagem. Não costumo levar muito para casa. Coloco a minha roupa e, já sou o Cazarré de sempre. Era assim, com o Ninho, e, agora com o Merlô. Mas, eu sou um ator que gosta de trabalhar com drama e bastante com comédia. Não tem nenhum que eu prefira mais. São desafios diferentes. Eu sinto que a comédia é mais difícil de fazer. Na comédia tem que ser engraçada, né? Simplificando, eu amo atuar. Independente de gênero.
Almaque da Cultura: Você é um cara brincalhão na vida?
Juliano Cazarré: Eu sou um cara que gosto de fazer piada com os meus amigos. Embora eu seja um cara bem sério. Sou bem humorado. Sou gaúcho, né? O humor do gaúcho é meio ácido. O meu humor é sempre mais para o lado irônico.
Almanaque da Cultura: Nas cenas, você aparece cantando. Você tem voz para cantar?
Juliano Cazarré: É funk (risos)! Estou enrolando bastante.