Marat Descartes interpretou o doutor Fernando em “Alto Astral” e retorna às telenovelas em “Totalmente Demais“, nova trama das sete da TV Globo. O artista interpreta o braço direito de Carolina (Juliana Paes) na revista que leva o nome da trama. Em uma conversa com o Almanaque da Cultura, Marat confessou que Pietro será um divisor de águas em sua carreira profissional.

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Almanaque da Cultura: Como surgiu o convite para participar da trama?
Marat Descartes: Eu estava terminando Alto Astral, onde interpretei o doutor Fernando, era no mês de abril/maio, Luís Henrique Rios (diretor geral) me convidou para a trama. Aceitei na hora. Ele até falou que seria meio pesado fazer uma novela depois da outra. Eu disse que estava empolgado. Mas é um desafio. Eu só pedi uns dias de férias em julho. Deu tudo certo! Estamos aí.

Almanaque da Cultura: De onde veio a inspiração para compor esse personagem?
Marat Descartes: Olha, a inspiração principal, eu não vou negar que foi do Stanley Tucci, em “O Diabo Veste Prada”. Eu também fui buscar inspirações em outros diretores artísticos de outras revistas. Visitei a revista Vogue Brasil, entre outras. Eu bebi em várias outras fontes. Mas, pra mim, a inspiração principal foi o Stanley Tucci.

Almanaque da Cultura: Como está sendo essa troca com a Juliana Paes?
Marat Descartes: A Juliana é uma grata surpresa para mim. A gente fica vendo a pessoa na televisão e cria uma imagem. E a Juliana é uma delicia de trabalhar. Ela é muito parceira. Eu acho que os dois personagens têm um diferencial em relação aos outros. E precisa de uma intimidade muito grande. O Pietro e a Carolina trocam confidências. Ela fala para ele coisas que não falaria nem para a irmã, sabe? E a gente está criando uma parceria linda, maravilhosa, muito gostosa.

Caíque (Sérgio Guizé) e seu amigo Fernando (Marat Descartes) em “Alto Astral” (Foto: João Miguel Júnior/TV Globo)

Almanaque da Cultura: Essa integração dos atores durante esses dois meses ajudou na interação do elenco?
Marat Descartes: Ajudou bastante, mas eu vou confessar para você que eu faltei um pouco esse treinamento porque eu estava nas minhas merecidas férias. Eu não participei de todo o treinamento. Mas a parte que eu participei foi muito importante para compor o personagem.

Almanaque da Cultura: Em “Alto Astral” o seu personagem era pequeno e acabou crescendo bastante. Como foi a recepção do público em relação ao doutor Fernando nas ruas?
Marat Descartes: Foi uma delícia! Eu fiquei muito surpreso porque quando eu vi o doutor Fernando tinha alçado o posto de galã da novela (risos). Claro que de uma determinada faixa etária e de um determinado público. Mas, foi muito legal. Realmente houve um assédio. Mais que um assédio, houve um retorno sentido de que era um personagem muito querido eticamente. Doutor Fernando era muito querido. Ele foi um personagem edificante na sociedade brasileira em geral.

Almanaque da Cultura: É a sua segunda novela no horário das sete. Esse horário atrai você de certa forma?
Marat Descartes: Olha, eu ainda não estou no patamar de preferir esse ou aquele horário. É a minha terceira novela aqui na Rede Globo. Já fiz muitas minisséries aqui na emissora. Mas telenovela é a terceira. Eu devo dizer que pelo fato de “Alto Astral” ter sido um grande sucesso no horário, de ter alavancado o Ibope da faixa das 19h, eu curti muito esse horário. Porque eu acho que realmente tem uma leveza, uma possibilidade de tratar assuntos importantes com um tom mais leve. É isso.

Almanaque da Cultura: Pietro será um personagem submisso?
Marat Descartes: Olha, o Pietro não é tão submisso não. A gente tem gravado cenas que ele fala algumas verdades bem duras para Carolina. Essa intimidade deles deu a ele essa abertura. Então eu não sei o que vai vir pela frente. Mas, eu acho que vem coisa bem legal por aí.

Marat Descartes no papel de Carlos Alberto no seriado “Maysa” (Foto: TV Globo / Renato Rocha Miranda)

Almanaque da Cultura: Você é oriundo do teatro e do cinema. A tevê é algo novo ou você está dominando bem?
Marat Descartes: Olha, é novo no sentido de que eu encaro mais no sentido do entretenimento do que como arte. Isso não torna uma coisa menor que a outra. Mas no sentido de que é uma disponibilidade muito instantânea, muito do momento. Eu estou curtindo fazer. Eu acho que a telenovela, principalmente, que é uma obra em aberto. O doutor Fernando está aí para comprovar isso. O personagem nasce de uma forma, mas a resposta do público, a forma com que o ator cria a história, pode abrir mil outras oportunidades.

Almanaque da Cultura: O personagem vai ter algum bordão ou algo parecido?
Marat Descartes: Olha, bordão até agora não surgiu. Nenhum! Mas ele é um personagem que tem sincericídio (é quando a pessoa diz a verdade com o desejo consciente de aborrecer e repudiar) terrível! Ele tem um humor refinado e sarcástico. A gente ainda está no capitulo 20, e, ainda não foi criado nenhum bordão. Mas ele tem uma característica muito forte de ser sincero demais.

Almanaque da Cultura: Você está preparado com a exposição?
Marat Descartes: Eu acho que sim. Eu continuo pegando ônibus em São Paulo, onde moro, de uma forma tranquila (risos). Na época de “Alto Astral”, eu tive muito assédio, mas numa medida muito gostosa mesmo. Eu tive um retorno positivo. E fiquei muito feliz.

Almanaque da Cultura: Hoje o público não confunde mais o ator do personagem, né?
Marat Descartes: Eu acredito que sim. Aliás, eu espero que sim. Se começarem achar que eu sou gay ou muito rico. Pode rolar uma confusão na minha vida (risos).

Almanaque da Cultura: Rola ainda aquele friozinho na barriga?
Marat Descartes: Claro que rola! Mas estou muito seguro que essa novela será um sucesso.

Almanaque da Cultura: Você está saindo de sua zona de conforto?
Marat Descartes: Sim! Ele é diferente de tudo que eu já fiz. Estou saindo de minha zona de conforto. Será um desafio muito gostoso de encarar.