Marina Ruy Barbosa vai ser a grande protagonista em “Totalmente Demais”, nova novela das sete da TV Globo. Em uma conversa intimista com o Almanaque da Cultura, a atriz falou de sua carreira e descartou o titulo de protagonista.

Almanaque da Cultura: Como está sendo interpretar essa heroína?
Marina Ruy Barbosa: Pois é! Eliza é uma guerreira. Estou envolvida nesse projeto há pelo menos três meses. A preparação foi intensa. A Eliza é uma mocinha, mas é uma mocinha forte, corajosa, determinada. Ela sai da cidade dela, como vocês assistiram no clipe, por causa de uma briga com o padrasto e vai para o Rio de Janeiro, sozinha, sem conhecer ninguém. Vai tentar a sorte na cidade grande. É uma personagem que eu estou bem feliz de fazer. Estou bem contente com essa novela. O texto é incrível! Estou amando tudo.

Almanaque da Cultura: É sua primeira protagonista. Como está se sentindo?
Marina Ruy Barbosa: Eu não gosto desse rótulo (risos). Eu acho que a novela é de todo mundo. Eu procuro não ficar pensando nisso. É mais um papel importante para mim, para minha carreira. Eu comecei bastante nova e fico feliz de terem me dado esse trabalho. Eu estou dando o meu melhor para essa personagem.

Almanaque da Cultura: Foi um processo de desconstrução, né? Você está descabelada, sem esmalte na unha. Como foi isso?
Marina Ruy Barbosa: A Elisa não seria tão real se isso não tivesse acontecido. Nem para mim. A falta de maquiagem, o cabelo desgrenhado, a pele manchada, tudo ajuda realmente a você se sentir dentro da personagem. Ajuda na composição. Você sente a Eliza realmente em cena. Então cabe que a personagem não tenha nenhuma vaidade. É uma trama de transformação. Vão ter muitas transformações durante a trama. Eliza vai passar por muita coisa. Então tem que ter um ponto de partida. Eu acho que esse ponto de partida foi essa desconstrução.

Almanaque da Cultura: Como foi para você se despir dessa vaidade toda?
Marina Ruy Barbosa: Foi ótimo! Eu sou vaidosa, mas acho que para um personagem vale tudo. O importante é isso. É você estar contando bem aquela história. E para contar bem essa história, eu precisei deixar a vaidade de lado. Eu acho ótimo e estou dentro.

Almanaque da Cultura: Você acredita em príncipe encantado?
Marina Ruy Barbosa: Eu acho que vale tudo! Nesse caso da Eliza, para ela, nesse primeiro instante, o personagem do Fábio Assunção, o Arthur, é realmente um príncipe, né? Eu sou romântica sim.

Marina Ruy Barbosa em coletiva de “Totalmente Demais” (Foto: Globo/João Miguel Júnior)

Almanaque da Cultura: Você falou que a trama é meio conto de fadas. Ela é meio que uma “gata borralheira”?
Marina Ruy Barbosa: Eu acho que a novela é um conto de fadas moderno. Ela tem essa coisa da mocinha, de ser sonhadora, de ter esse sonho com o príncipe encantado, de querer ajudar a família, ela tem essa bondade da mocinha, da Cinderela, e tem uma força muito grande. Eu acho que podemos definir como um conto de fadas moderno.

Almanaque da Cultura: Que sonhos que você ainda tem e que pensa em realizar?
Marina Ruy Barbosa: Gente, eu só tenho vinte anos. Eu ainda tenho tanta coisa pela frente. Tem tanta coisa que eu quero passar, que eu quero aprender, realizar. Ainda estou aprendendo tanto.

Almanaque da Cultura: Como está sendo contracenar com o Felipe Simas, o seu par romântico na trama?
Marina Ruy Barbosa: Está sendo tranquilo. Esse é o meu primeiro trabalho com ele. Ele é um amor. Ótimo ator. Muito dedicado e extremamente generoso em cena. A gente tem uma troca muito legal. A gente tem quase a mesma idade. Então eu acho que isso está sendo muito bacana. A gente se diverte muito em cena. Ficamos muito amigos. Isso ajuda muito.

Almanaque da Cultura: Você fez laboratório na rua?
Marina Ruy Barbosa: Sim! A gente fez a vivência no centro da cidade. A gente vendeu balas no sinal. Eu também vendi flores. Algumas pessoas me reconheceram. Ainda mais que olhavam para mim, olhavam para o Felipe. Foi engraçado.

Eliza (Marina Ruy Barbosa) e Jonatas (Felipe Simas) (Foto: TV Globo/Renato Rocha Miranda)

Almanaque da Cultura: Você chegou fazer essa pesquisa sozinha?
Marina Ruy Barbosa: Eu fiz sozinha sim. A gente ficou umas cinco horas direto fazendo isso. Rodando o centro, a lapa. Eu ajudei ele a vender balas. Mas eu vendi mais flores. Eu ganhei uma graninha sim (risos).

Almanaque da Cultura: Nessa pesquisa você estava igual à Eliza?
Marina Ruy Barbosa: Estava igual à Eliza. Estava de cabelo preso.

Almanaque da Cultura: O que você ainda guarda daquela menina que começou na carreira com nove anos?
Marina Ruy Barbosa: Eu acho que eu ainda tenho os meus sonhos de menina. Eu sempre amei muito isso. Eu me sinto privilegiada.

Almanaque da Cultura: Como é atuar mais uma vez com uma pessoa mais velha?Foi o Alexandre Nero e agora o Fábio Assunção. Como é isso?
Marina Ruy Barbosa: Eu acho que eu tenho tido sorte de pegar parceiros incríveis e generosos. Com o Alexandre eu me dava muito bem. A gente ficou muito amigo. Agora estou com o Felipe Simas criando uma relação incrível. E o Fábio é divertidíssimo. Eu pensava que sempre acompanhei o trabalho dele desde pequena, então eu ficava assistindo ele em “Celebridade”, ele gato, e agora eu fazendo par com ele. Eu achei que ele era mais sério. Mas é muito divertido. A gente se diverte muito fazendo.

Fabio Assunção, Juliana Paes, Marina Ruy Barbosa e Felipe Simas (Foto: Globo/Renato Rocha Miranda)

Almanaque da Cultura: Esse tempo todo na rua fazendo laboratório fez você dar mais valor às coisas?
Marina Ruy Barbosa: A Eliza acaba se tornando uma moradora de rua. Trabalhando na rua. Esse convívio e essa realidade lógico que traz uma outra visão também das coisas. Eu acho que tudo acrescenta. Você sempre vai trazendo novas visões.

Almanaque da Cultura: Ela tem uma experiência com o padrasto de abuso sexual. Você chegou a conversar com alguém que passou por essa experiência?
Marina Ruy Barbosa: Na verdade ela não chega a sofrer um abuso. Ela sofre um assédio, porque ela foge antes de acontecer qualquer coisa. Mas cheguei sim a conversar. O que essas meninas sentiram. E no caso da Eliza é ainda mais complicado porque ele não é o pai dela, mas ele é pai dos irmãos dela, que ela ama. A história é bem complicada. Por ser uma novela das sete, tudo vai ser mais leve. Vai ser tratado de uma forma mais suave.

Almanaque da Cultura: Você cresceu na televisão. Essas coisas de usarem o seu nome ainda mexe com você?
Marina Ruy Barbosa: Eu acho que tem que pensar por outro lado. Eu acho que tenho que pensar que estou em um momento bom profissionalmente. Que estou começando uma novela que vai ter muita coisa acontecendo. Uma novela totalmente demais (risos). Eu tenho que focar nisso, que é o mais importante. E que é a realidade que acontece na minha vida. Fofoca passa.

Almanaque da Cultura: Com tanta desconstrução na tevê, após a gravação você corre para o salão de beleza para ficar linda novamente?
Marina Ruy Barbosa: Não está dando tempo. A gente grava tanto (risos). Não está dando tempo de nada.

Almanaque da Cultura: E quando você fica linda então?
Marina Ruy Barbosa: Fico linda para essa coletiva de imprensa. Arrumei o cabelo, fiz a unha. Para as fotos ficarem lindas. Que eu sei que vocês vão usar a novela inteira (risos).