Renata Ricci literalmente atua, canta, dança e sapateia. Tudo ao mesmo tempo. Ela é uma das atrizes que integra o elenco da nova fase do “Zorra“, humorístico de sábado à noite da TV Globo, que tem agradado ao público. Além de estar na TV, ela se apresenta com o show “French Kiss”, que tem uma proposta inusitada: apresentar versões de músicas famosas em francês. A paulista de 34 anos conversou com o Almanaque da Cultura sobre seus trabalhos e ainda falou sobre projetos futuros.
Como atriz, ela já estreou na TV em horário nobre, interpretando a personagem Luana na novela “Páginas da Vida”, de 2006, após ganhar o concurso “A Nova das Oito” do programa Caldeirão do Huck. Depois participou de “Amigas & Rivais” (2007) e “Revelação” (2008) no SBT e retornou à Globo para “Boogie Oogie” (2014), estando também no elenco do filme “Minha Mãe é Uma Peça” (2013).
Já na música, Renata conta que o espetáculo “French Kiss” vai virar CD, que já está sendo gravado. Será um trabalho com versões em francês feitas pelo multimídia Edgar Duvivier. “Temos desde Chico Buarque, passando por Tim Maia, Caetano e Só pra Contrariar. É no mínimo inusitado, mas pra mim foi encantador descobrir quão lindas estas músicas ficaram”, revela Renata, que conta mais sobre sua carreira na TV e seu show na entrevista.
Renata Ricci ganhou concurso de TV para papel na novela “Páginas da Vida” (Foto: Divulgação)Almanaque da Cultura: Como é participar desta nova fase do Zorra Total?
Renata Ricci: Está sendo um delícia fazer parte deste novo momento. Todos nós respeitamos muito o Zorra Total (o antecessor). Não é à toa que o programa ficou mais de 15 anos no ar, sendo a maior audiência aos sábados desde sua estréia. E a gente chegou e manteve a liderança, e ainda melhoramos os números. A sensação de estarmos fazendo algo inovador na televisão aberta é geral. E o elenco, além de bem unido, está muito feliz com este momento. A gente vibra junto a cada sábado! O público tem aceitado muito bem a mudança.
Almanaque da Cultura: O que mais gosta de interpretar: comédia, drama. Qual gênero?
Renata Ricci: É bem difícil dizer apenas um estilo. Gosto de estar em cena, gosto de atuar. Inclusive, além de escolher entre gênero (comédia, drama) ainda há a escolha feita entre atuar na TV, teatro ou cinema. Pra mim, não tem como escolher. Cada vertente da atuação me completa de uma maneira. Cada gênero também. Nada como ter uma plateia lotada rindo junto com você. Mas o drama, quando a gente sente que ele chegou no coração de quem deveria chegar, é maravilhoso. Porém, fazer comédia bem feita é bem mais complexo que fazer drama. Não diria mais difícil, mas você depende de entendimento. Se o público não entende a piada, ela não existe e você sente o famoso “cri cri” em cena.
Almanaque da Cultura: Você canta desde quantos anos? Como descobriu esta vocação?
Renata Ricci: Canto desde que me entendo por gente, mas profissionalmente desde os 18 anos. A música sempre foi muito forte na minha família. Meu avô paterno tinha um trio amador em que cantava com os irmãos quando eram jovens. Cresci com ele sempre cantarolando algo. Quando digo sempre não é figura de linguagem, é sempre mesmo. E ele viveu até os 100 anos! Creio que a música tenha sido um dos motivos disso. A música entrou como profissão junto ao teatro, por conta das peças de estilo musical que acabei me envolvendo, pois, além de atriz e cantora, também sou bailarina. Daí, vi que havia uma maneira de juntar tudo que eu gostava de fazer: cantar, dançar e atuar.
Almanaque da Cultura: Como é a composição, a ideia do seu show? Por que um cabaré e com músicas em francês? Como foram escolhidas as músicas para o show?
Renata Ricci: O convite veio através do Isaac Azar, dono do Paris 6 (restaurante), que há anos me pedia um show em francês e e um dia eu decidi topar. Ele disse “Quando?”. Eu respondi que em um mês teríamos tudo pronto. Daí foi aquela correria, mas foi muito estimulante! O pedido do Isaac era que as músicas fossem em francês. Foi aí que eu tive a ideia de fazer versões de músicas pop brasileiras e americanas, afim de trazer pra mais perto do público. Como sou atriz, mas ao mesmo tempo não queria fazer um musical propriamente dito, usei a linguagem de cabaré, que é esta coisa meio híbrida entre o teatro e um show. As músicas foram escolhidas conforme esta história foi sendo escrita por mim e pelo maestro e diretor Reinaldo Sanches. Nossa inspiração inicial foram os tipos de beijo, por conta disso o show recebeu o nome de “French Kiss”, que é uma expressão em inglês para o famoso beijo de língua.