“Velho Chico” marca o retorno ao horário das 21h, antiga 20h, do diretor e do autor Benedito Ruy Barbosa, de 84 anos, parceiros em “Renascer” (1993), “O Rei do Gado” (1996) e “Esperança” (2002), além de “Meu Pedacinho de Chão” (2014) – esta, às 18h.
A nova trama da TV Globo foi alçada em outubro de novela das 18h à das 21h, interrompendo uma leva de histórias ambientadas no eixo Rio-SP e com favelas como cenário.
Leia também:
“Velho Chico”: Globo sai do eixo Rio-SP e volta a produzir novela rural
A Globo diz ter postergado a novela de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, que sucederia “A Regra do Jogo”, porque ela abordaria temas políticos em ano de eleição. No entanto, a mudança de temático tem a ver com a concorrência enfrentada no último semestre com o folhetim “Os Dez Mandamentos”, da Record. A emissora paulista colocará no ar, também em março, uma nova temporada da trama bíblica.
Diretor e elenco da primeira fase de “Velho Chico”, que se passa no fim dos anos 60, estão desde o dia 2 de janeiro no Nordeste e ficarão por lá mais um mês gravando no sertão de Alagoas, Rio Grande do Norte e Bahia.
A novela, que tem como pano de fundo a questão da transposição do Rio São Francisco, na fictícia Grotas de São Francisco, contará uma saga de gerações, começando com o confronto entre duas famílias produtoras de algodão.
Depois, de maneira geral, narrará a trajetória de Afrânio – vivido na primeira fase por Rodrigo Santoro, há 13 anos longe das novelas, e depois por Antonio Fagundes. Ele é um jovem que deixa para trás seus ideais para assumir, a pedido da mãe, Encarnação, a fazenda da família quando o pai morre.
Gravações
Ao total, entre os meses de janeiro e fevereiro, serão gravadas cerca de 500 cenas, que estão acontecendo em três frentes de gravações simultâneas, dirigidas por Luiz Fernando Carvalho, Carlos Araújo, Gustavo Fernandez e Philippe Barcinski. Entre as locações escolhidas estão: São Francisco do Conde, Raso da Catarina e Cachoeira, na Bahia; Baraúna, no Rio Grande do Norte; Povoado Cabloco e Olho D’água do Casado, em Alagoas. Dez caminhões saíram abastecidos do Rio de Janeiro rumo ao nordeste para estas gravações. Só de figurino foram três toneladas divididas em 3 caminhões e outra parte que foi despachada por avião. Entre os itens estavam: vestuário, acessórios, máquina de costura e até fogão para tingimento.
A gravação da novela, que reúne uma equipe de trabalho de 120 pessoas, está movimentando as cidades por onde passa. Em São Francisco do Conde (BA), por exemplo, a produção contratou todo tipo de mão de obra local, incluindo serralheiros, artesãos, pescadores, barqueiros, entre outros. Isso sem contar com os profissionais de produção, técnica, atores e figuração. Só para selecionar as participações especiais dos capítulos iniciais de “Velho Chico” foram realizados mais de 400 testes nas locações fora do Rio de Janeiro, totalizando a escalação de 70 atores. E cerca de 70% do elenco principal também é do nordeste.