A crítica já escolheu seus favoritos à Palma de Ouro da edição deste ano do Festival de Cannes, e entre eles está o filme brasileiro que provocou polêmica nesta semana, “Aquarius”.

Antes da exibição do longa do cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, na terça-feira, 17 de maio, os atores e produtores aproveitaram os holofotes para fazer um protesto contra a atual situação política do Brasil. Os cartazes em repúdio ao governo Michel Temer e ao afastamento da presidente Dilma Rousseff não passaram despercebidos pela imprensa internacional, que deu destaque ao assunto.

“Aquarius” é a única produção latino-americana a concorrer à Palma de Ouro este ano e fez jus a sua posição sendo ovacionada e aplaudida após a exibição. O filme conta a história de uma escritora e crítica de música aposentada chamada Clara. Mãe de três filhos e viúva, a protagonista, interpretada por Sônia Braga, luta contra o sistema imobiliário que quer destruir o edifício Aquarius, onde ela mora.

No entanto, uma vitória do longa brasileiro seria uma surpresa por ele ter concorrentes ainda mais fortes. Entre eles estão três títulos franceses e um alemão: “Apenas o fim do mundo”, do diretor Xavier Dolan, “Minha Luta”, de Bruno Dumont, “Paterson”, de Jim Jarmusch, e “Toni Erdmann”, de Maren Ade.

Junto com “Aquarius”, outras duas produções poderiam surpreender caso vencessem o prêmio: o espanhol “Julieta”, de Pedro Almodóvar, e o francês “American Honey”, de Andrea Arnold.